quarta-feira, agosto 09, 2006

Meu padre meu Rei

Os meus passeios pelo Portugal profundo mostram-me sempre realidades interessantes, nem sempre agradáveis mas sempre enriquecedoras.

Percorrendo as vilas e aldeias do distrito de Vila Real, trás os montes, não pude deixar de reparar na quantidade de igrejas que existem por aqueles lados. Cada aldeiazita, por mais pequena que seja, tem pelo menos uma, ás vezes até tem duas ou mais, e isto para nem falar nas capelinhas espalhadas pelos montes, cada um mais ermo que os outro.

Eu gosto de igrejas, pela sua beleza não deixam de ser monumentos apreciáveis, algumas são mesmo lindas. Então porque não fiquei eu todo contente por ver tantas?

Pode se dizer que o que é demais chateia, é verdade, mas não foi por isso, na realidade eu fiquei perturbado ao constatar uma religiosidade exacerbada que a meu ver é bastante negativa para as liberdades do indivíduo. Aqui não se faz nada sem ordens dos responsáveis religiosos, não se pensa pela própria cabeça e nem será preciso argumentar o quão negativo isso é.

O auge foi atingido na terra das alheiras. Chegámos a Mirandela pelas 6 da tarde, estava um calor tórrido e brisa nem na auto-estrada. Estavam a decorrer as festas da cidade e toda gente estava na rua. Chegámos mesmo na altura da procissão. Esse momento foi excelente para apalpar a religiosidade do povo, algumas pessoas (e não eram poucas) faziam a procissão descalças! 38 graus era a temperatura ambiente, na calçada de granito e no alcatrão a temperatura devia atingir uns 50 graus, mas havia pessoas descalças…

Devo dizer que isto é um pouco assustador, assustador e triste…

1 comentário:

Ana Paula disse...

Nunca duvides do poder da fé! Da reliogidade levada ao seu ultimo extremo, não esquecer que o 11 de Setembro, para aqueles que foram responsáveis foi um acto religioso...

 
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