sexta-feira, setembro 12, 2008

Até no cinema

Claro que ser português não tem só desvantagens, somos um povo muito dado à confraternização e geralmente damo-nos todos bem com toda a gente. Esta simpatia deve ter começado com os descobrimentos, quando os marinheiros ali das beiras amararam nas praias de salvador da baia e travaram logo amizade com umas índias que passavam por perto. Talvez por esta facilidade que temos em nos misturar com outras culturas seja costume dizer-se que existe um português em toda a parte do mundo, e para prová-lo entre muito exemplos existe a sétima arte.

Eu passo a explicar, uma das manias que apanhei recentemente, quando vou ao cinema, é ver os genéricos até ao fim e procurar atentamente por um nome português, até hoje nunca falhou podem ser muitos ou poucos, ás vezes apenas um, mas lá aparece sempre um António ou um Pedro ou uma Maria para marcar a presença lusa. Com o ultimo filme do batman já estava a desesperar, mas mesmo no fim lá apareceu uma Ana Mestre para fazer as honras do convento

quarta-feira, setembro 10, 2008

A vergonha nacional



Antigamente as tribos que queriam provar-se mais fortes que as outras geralmente resolviam a questão invadindo e matando uns quantos, hoje em dia, que já vai havendo um maior respeito pela vida humana, opta-se por outro tipo de confronto. De certa forma as competições desportivas são uma forma bem mais saudável de mostrar a superioridade da tribo.

Ora, a nossa tribo, escolheu os nosso representantes e foram para a guerra e os resultados foram o que se esperava pois se os corpos são fortes já a cabeça não vale nada, como se diz aqui "tem umas mãos de ouro, mas a cabeça é serradura". As derrotas foram -se acumulando e com elas as habituais desculpas lusas, desculpas que não resisto em citar

Marco Gonçalves (badminton): "Não me consegui adaptar ao lado do pavilhão onde joguei, havia um pouco de vento".

Telma Monteiro e Companhia (judo): árbitros

Arnaldo Abrantes (200m): "Entrar neste estádio cheio bloqueou-me".

Vânia Silva (martelo): "Não sou muito dada a este tipo de competições"

Mas de todas a que mais repudio é a de Jessica Augusto “Agora vou de férias. Treinei para os 3000 obstáculos. Não vou aos 5000 metros. As africanas são fortes. Não vale a pena lutar contra elas. Elas correm para 14m11s e eu para 15m22s. Por isso..”.porque demonstra um total desrespeito pelo desporto, pelo espírito de cubertain e pelo dinheiro dos contribuintes. Até existe uma medalha, a Medalha Pierre de Coubertin concedida a atletas que valorizam a competição olímpica mais do que a vitória, mas esta senhora encontra-se nos antípodas daquilo que são uns jogos olímpicos, assim, mais valia de facto ter ficado em casa.

O problema, é no entanto mais profundo, um par de meses antes a nossa querida selecção foi afastada do mundial de futebol, apesar de ter bons jogadores tal era concebível pois os outros também jogam bem. Perder é aceitável, depende é a forma como se perde, e Portugal perdeu muito mal. Perdeu porque a grande maioria dos nossos jogadores estavam mais preocupados com os seus contratos do que com a competição e nem o treinador escapou. Ronaldo queria Madrid e o treinador achava bem pois ja tinha contrato com o chelsea e com Ronaldo longe o seu trabalho ficaria mais fácil, deco quer se ir embora e joga bem para arranjar contrato, o conterrâneo deixa-o sair do estágio para resolver a sua vida, pois claro, era para vir par o seu futuro clube!!, depois de tudo resolvido, podiam perder...salvou-se o pepe que é brasileiro!!!!!

Então questiono-me, ser português é isto? O meu pai critica muito os políticos, diz ele que os nossos governantes são os responsáveis pela rebaldaria que vai imperando por aqui, sem os querer desculpabilizar, eles também são portugueses, eles são feitos da mesma massa que o portuga ali do lado, o que me leva a suspeitar, até pela historia portuguesa que nada vai mudar pois o sitio onde vamos buscar os políticos é o mesmo. Será possível criar um padrão para os nossos atletas?

Boas qualidades físicas conhecedores da competição mas fracos na cabeça e sem capacidade de luta, preocupam-se primeiro consigo e depois com o colega ou com a tarefa em mãos, e quando perdem têm logo uma desculpa por mais inverosímil que seja desde que os desculpabilize.

È isto ser-se português?

 
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