quarta-feira, outubro 17, 2007

Santa Bárbara




A fotografia acima foi tirada na igreja matriz de Aljustrel durante uma missa em honra de Santa Bárbara na qual foram também benzidas as imagens de Santa Bárbara e a ambulância da mina.

A primeira vez que ouvi falar de Santa Bárbara foi através da minha avó, que começava a rezar religiosamente sempre que começava a trovejar. Santa Bárbara de Nicodema é a santa que protege dos trovões mas é também a padroeira dos mineiros.

Podem ler sobre ela aqui mas em resumo, reza a história que Santa Bárbara nasceu no século IV na Ásia menor, como era muito bonita o seu pai trancou-a numa torre longe de olhares alheios para que só se casasse com quem ele escolhesse. Entretanto como ela se converteu ao cristianismo foi perseguida e castigada pelo seu pai, no entanto Santa Bárbara sempre consegui evitar males maiores através de uma série de milagres que lhe são atribuídos. Numa dessas situações a Santa esconde-se numa mina e é ajudada por mineiros gregos, mas é traída por um pastor, pastor esse, que morre logo de seguida e vê os seus animais transformados em gafanhotos. Finalmente Santa Bárbara é levada à autoridade local que ordena a sua condenação à morte, tendo esta sentença de ser executada pelo seu próprio pai. Este leva a cabo a execução decapitando Santa Bárbara. Após a sua morte o pai é fulminado por um raio.

A adoração da Santa Bárbara por parte dos mineiros, ao ponto de a elegerem como Padroeira, poderá encontrar-se na sua história lendária. Para além de relações possíveis, que podem ser consideradas menores, do refúgio de Bárbara no interior da terra, quando primeiramente perseguída pelo pai, parece fora de dúvida que o motivo essencial da adoração se encontre na súplica, feita pela Santa a Jesus, para que, quando em situações de morte iminente, todos os que implorassem a Deus, por seu intermédio, a Extrema Unção, a obtivessem, ficando absolvidos de todos os seus pecados. Tais situações de morte iminente tê-las-iam sempre os mineiros diante dos olhos quando no seu trabalho no subsolo.

Uma coisa é certa, não duvidem do respeito que os mineiros têm por santa Bárbara, a ponto que todos os túneis possuírem uma imagem da santa à entrada do mesmo. Foram essas imagens que foram abençoadas. Foi uma cerimónia bonita, uma missa diferente e eu senti-me bastante orgulhoso de poder participar, se me quiserem ver na fotografia eu sou aquele que está do lado esquerdo com o capacete vermelho… resta dizer que o padre entrou a tocar guitarra, e teve o desplante de dizer que como era uma cerimonia diferente o ofertório era facultativo!

Manchas aparte, depois de abençoadas as imagens foram colocadas à entrada das minas e fomos todos trabalhar, esperando que a ambulância, também ela abençoada nunca tenha de ser usada para problemas graves, nem que para isso contemos com ajuda divina.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Objectivo Mulhacén dias 5 e 6

Depois da tareia que foi a subida ao Mulhacén o que vinha mesmo a calhar era um dia de turismo “convencional”, entenda-se passear, comer e não fazer nada , ferias como são entendidas pela generalidade das pessoas. Desmontamos a tenda outra vez, para grande espanto dos nossos colegas de campismo e rumamos a Granada.


Granada é uma cidade bonita, mas a minha intenção era sobretudo visitar o Alhambra. O Alhambra é um antigo castelo apalaçado resquício do antigo reino mouro de Granada. Estava farto de ver fotografias e não era agora que estava em granada que ia deixar passar a oportunidade de o visitar. Pensava eu, a verdade é que este é um monumento muito concorrido e é praticamente impossível entrar sem comprar os bilhetes com alguma antecedência, a afluência de publico é enorme e para agravar a situação o número de visitantes diários está limitado a 7700 pessoas. Foi-nos dito mais tarde pelo guia turístico que o monumento abre todos os dias pelas 8 da manha mas ás 6 já se encontram pessoas na fila, e que inclusive na semana anterior os interessados chegavam à bilheteira pelas 4 da manha!!! Claro está que bati com o nariz na porta, o que foi uma pena pois prometia ser uma visita inesquecível.


Claro que nem só de Alhambra vive granada e pudemos ainda visitar a catedral e passear pela cidade, mas não muito, o meu joelho não me permitiu grandes andanças como é habitual e não pude visitar a parte antiga da cidade, subir ainda subia, mas descer era quase impossível para mim.
Encontramos um hotel barato para passar a noite e repousamos mais um pouco, no outro dia era para o regresso à realidade.

Dia 6


O último dia foi gasto na viagem, pusemo-nos a caminho e não paramos senão para abastecer o carro, entenda-se encher o depósito de gasolina espanhola. Desta vez fizemos um caminho diferente, uma vez em Sevilha subimos na direcção de Beja indo sempre por estradas nacionais, o que se revelou acertado, primeiro porque acabou por ser mais perto, depois porque sendo a condução orientada para a poupança de combustível não havia necessidade de optar por autovias. Deixei a Anita em Beja, no terminal rodoviário despedi-me dela até ao Natal e rumei à vila mineira. Tomei banho e deitei-me na cama. O descanso do guerreiro. Estava feliz.

 
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