segunda-feira, agosto 30, 2010

4D




O meu primeiro contacto com o cinema a três dimensões foi há muitos anos atrás era eu ainda uma criança quando a RTP passou o filme o monstro da lagoa negra (filme que data de 1954)!! Lembro-me da polémica em torno do filme e de se ter comprado uns estranhos óculos a 2 cores para poder ver a 3D. Os óculos foram tudo o que vi do filme pois os meus pais mandaram-me para a cama mais cedo…

Hoje 60 anos depois o 3D no cinema é corriqueiro, não vi o monstro da lagoa negra mas com certeza que a qualidade técnica será melhor nos dias que correm, (também era melhor) … tão corriqueiro se tornou que hoje quase tudo é em 3d. Seja um filme de acção uma comédia ou um filme de animação, tudo é em 3D.

Mas o que eu queria mesmo era filmes decentes e parece-me que o 3D veio como uma panaceia para salvar a indústria cinematográfica, é tudo muito eye candy mas pouco sumo.

Tenho 3 problemas com o 3D. Primeiro é mais caro que um cinema normal, segundo temos de colocar uns óculos para podermos ver bem, o que não é nada prático para quem já tem óculos, óculos esses que até há pouco tempo tinham obrigatoriamente de ser comprados sempre que entravamos numa nova sala, hoje já se pode levar de casa, valha-nos isso, e em terceiro o aparecimento do 3D implica muito mais tempo dispendido por mim a tentar encontrar um filme que não seja 3D nem seja dobrado, o que no caso de filmes de animação não está nada fácil.

Como sempre o problema vem da impossibilidade de escolha que me aflige de sobremaneira.

E valerá a pena? Ao ver o filme into de wild the Sean penn chego à conclusão que não. Este filme de 2008 passou um pouco despercebido do público português que como é natural estava entretido com outras películas mais “comerciais” (detesto este titulo…) O filme trata a história verídica de um homem em conflito interior e com a sua família que abandona a sua vida fácil e decide partir para o Alasca onde tenta sobreviver dependendo apenas de si e do que a natureza lhe dava. Com música de Eddie Vedder num registo um pouco diferente dos Pearl Jam é um elogio ao bom cinema, aos bons actores e às bandas sonoras, um filme que nos deixa a pensar…

Com filmes assim quem precisa de 3D?

sexta-feira, agosto 20, 2010

Sinais de fumo



Estas férias fartei-me de andar de avião, 6 voos em 4 companhias aéreas diferentes. Uma das minhas favoritas continua a ser a nossa tap… gosto do atendimento, dos airbus e da comida. Gosto também quando passam nas televisões o mapa que mostra a posição do avião.

Regressava do mundo civilizado de volta a casa dividindo o meu olhar entre a televisão e a janela, na tentativa de perceber onde estava, passei o golfo da biscaia e esperava por um sinal da entrada em Portugal. Minutos depois avistei uma coluna de fumo, depois outra e depois mais outra, não havia dúvidas, já estávamos em Portugal que, como é habitual por esta época do ano anda de labareda em labareda a queimar as florestas que tem, ou isso ou é a malta a fumar os chouriços.

Talvez seja da idade ou devido a algum cansaço mental, mas já não consigo ficar zangado, acelerado, preocupado com o que vejo. Lembro-me de 2003 um ano terrível para a nossa floresta, o ano em que comecei a trabalhar e de um colega vir ter comigo e desabafar que perdera tudo, floresta, gado, tudo, nada tinha sobrado. Não soube responder à altura da informação adquirida. Hoje também não responderia, não porque não saber o que dizer mas porque um sentimento de indiferença me assola cada vez mais.

Não, não sou indiferente, mas para lá caminho, este ano nem me comovi com o geres, o meu querido geres…

Os incêndios de verão são cada vez mais normais, como o bacalhau ou o sol, e acabo por achar que é bem feito! Nós portugueses não merecemos o que temos, pois nem sequer cuidamos decentemente do que é nosso.

Deixa queimar….
 
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