domingo, setembro 27, 2009

bolos à parte

Como sabem, eu sou muito guloso por isso não vou voltar a dize-lo…. Bolas já disse…

Uma imagem que irá ficar de Viena é a do sacher torte… diz a história que um dia hà 175 anos atrás um senhor chamado Franz Sacher inventou a receita de um bolo de chocolate. O bolo na minha descrição é um bolo de chocolate simples coberto de chocolate preto e com um pequeno selo de garantia também de chocolate, é servido com natas para não ser tão maçudo. Poderia estar aqui a rasgar-me em elogios ao bolo mas não é necessário, se um bolo é vendido desde hà 175 anos é porque deve ser bom…..

O ataque ao sacher deu-se no café do próprio hotel Sacher onde é feito o melhor bolo Sacher, e de facto o bolo é divinal, doce mas não muito roça a perfeição. O preço? 4,80€… é muito por uma fatia de bolo? É mas como dizemos nestas alturas quando é a próxima vez que visito Viena? Talvez nunca mais, por isso venha dai o bolo e já agora, um chá verde com ervas do bosque pelo mesmo preço de um sacher.

Enquanto degustava o bolo não pude deixar de pensar que sou, éramos, uns privilegiados, quantas pessoas terão a mesma oportunidade que eu tive, de comer um bolo fantástico… quantas pessoas vivem com menos de um euro por dia? E se pensarmos nas pessoas que vivem com menos de 5 euros por dia esse número cresce ainda mais!

Dá que pensar, quando nos queixamos que a nossa vida é má, devíamos morder a língua e pensar que muita gente está bem pior que nós. Devíamos sim dar graças por termos o que comer, vivermos num pais seguro podermos estudar e ser livres para escrever num blog.

Algo está muito errado no mundo




referenciais II



Bonito não é?

Lembro-me, um dia, de andar às voltas com um pedra sem perceber muito bem se estava perante um fóssil ou um mineral (às vezes não se percebe muito bem). Ao mostrar o espécimen a um colega espanhol que estava por cá a fazer um erasmus ele respondeu, António, depende da pessoa a quem o mostrares, se for um professor de mineralogia dirá estar perante um mineral, se for um paleontólogo ele não terá dúvidas em afirmar ser um fóssil…

No fundo, as pessoas vêem o que querem ver e não necessariamente aquilo que as coisas são. Isto pode ser extrapolado para um sem número de situações similares. Se não gostarmos de alguém o que ela nos diz está à partida errado , mesmo que esteja certo e por ai adiante.

De certa forma eu já tinha consciência disto, mas mesmo racionalizando é difícil não fazer estes “juízos” de valor. Desde já recomendo a leitura do livro irracional.

Bom, e a foto em cima?

Estas foram umas férias muito movimentadas onde passei por 4 países, uma daqueles férias que quando acabam se quer mais férias para se descansar. Passei pela Áustria, Eslovénia, Itália e Croácia. A ideia inicial seria visitar a Eslovénia, mas como a minha adorada TAP não faz voos directos para a Eslovénia as viagens foram via Viena (3 dias) e regresso por Zagreb em que só pernoitaríamos uma noite porque já sabemos, aquilo é muito feio.

Começando pelo fim, Zagreb é uma cidade muito feia. A entrada deu-se pela principal auto estrada que liga ljubliana à capital croata. E logo logo deu para perceber que se estava perante um pais diferente, onde não faltaram inúmeros edifícios da Alemanha de Leste (expressão por mim empregue para apelidar aqueles edifícios de apartamentos enormes cinzentos e enfadonhos e a cair de podre).

Com a malas já entregues ao hotel, (de que falarei mais tarde) passeamos por Zagreb. A cidade tem o seu centro histórico mas o resto é mesmo muito feio. Os comentários pouco simpáticos para com a capital croata foram-se repetindo entre o grupo até nos depararmos com o edifício da fotografia acima…

Estava eu a fotografar semáforos quando me deparei com aquilo. Não sei se sofreu um incêndio ou se ainda é resultado da guerra dos Balcãs, mas que estava em mau estado estava e a fotografia não lhe faz jus…

Após fotografar o objecto virei-me para a esquerda e deparei-me com outro edifício que dominava a praça…




O que estão a ver é o teatro de Zagreb, que em contraste absoluto com o prédio em ruínas é lindíssimo.

Como é possível que perante duas imagens tão distintas todos nós nos focássemos só naquilo que é mau?

Porque era o que estávamos à espera. Se Zagreb é feia então só faria sentido que fosse o prédio a existir e não o teatro…

A realidade é sempre o meio termo, nem Zagreb é assim tão feia, nem a Eslovénia assim tão bonita, nem os austríacos todos umas bestas…

Ok… se calhar a Eslovénia é assim tão bonita….
 
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