quinta-feira, abril 15, 2010

mochila

Prólogo

Criar um novo post no blog é uma tarefa que exige inspiração e tempo. Falta de tempo é uma das piores desculpas que se pode ter. Há sempre tempo! É só querer. Claro que quando se trabalha mais de dez horas por dia é fácil usar essa desculpa, mas a verdade é que é apenas uma desculpa para procrastinar e não nos sentirmos tão mal por ver televisão, passear no facebook e tentar aproveitar ao máximo um período de conforto do lar que tem tanto de maravilhoso como de curto, pois num ápice faz-se reset e volta-se à luta.

Depois vem a inspiração, não sei como fazem todos os outros escritores ou simples bloggers como eu que decidem partilhar algo com o mundo, mas eu não sou de me sentar e decidir escrever algo de novo, os post aparecem quase por acaso, por algo que me inspira, me toca que depois é transformado em texto. O que acontece muitas vezes é pensar em escrever e acabar por não o fazer por variadíssimas razões.
Mais de dois meses depois, um filme, os amigos, lágrimas e o IRS inspiraram-me a fazer mais um post…







Todos os anos por esta altura o povo que trabalha tem de ajustar contas com o estado. Responde pelo acrónimo de IRS, chamam-lhe um imposto mas para mim é uma luta desigual contra um adversário mais poderoso, e como se isso já não bastasse é ele que dita as regras da batalha, que muda ano a ano como melhor lhe convém…

O leitor atento já percebeu que este ano me calha entregar mais uns ducados para que o estado faça…. Para que o estado use em…. Para…. Na verdade não se sabe muito bem e é melhor nem ir por ai… E porque é que eu tenho de pagar? Porque estou num escalão muito alto, supostamente sou rico e como tal tenho de me chegar à frente. Interessante esta distribuição de escalões que coloca pessoas separadas por mais de 20mil euros no mesmo pote…

Claro que existem atenuantes, seguros rendas da casa despesas com saúde, mas estas só podem ser usadas até um certo limite. E se o tribunal começasse a limitar o número de argumentações que o réu pode usar? “ alto alto, já deu duas desculpas, não pode usar uma terceira….”.

No meio de tanta gosma comecei a pensar que se calhar o melhor é não ter nada, pois a esses é moralmente imoral roubar mais…
Carros, casas, electrónica, sempre mais e mais e agora isto e depois aquilo, sempre mais sempre mais…

Lembro-me do último filme que consegui ir ver… sim, pois o ultimo não consegui…
Nas nuvens, filme com George clooney e uma lindíssima Vera Farmiga, a história de um “despedidor” profissional que vê as suas convicções abaladas por uma serie de eventos. Clooney é uma personagem fria e desprendida que dava conferencias sobre uma mochila no qual “punha“ tudo o que cada um de nós tem, a casa o carro e toda essa tralha inútil que nos fazem acreditar ser importante para que a máquina montada continue a rolar. Devo dizer que me sentia a concordar plenamente com Clooney pois todo esse peso só serve para nos entorpecer o andamento e impedir de ser livres e felizes.

Mas ryan binghan era uma pessoa fria e calculista e na sua mochila não havia sequer lugar para os amigos para o amor ou a família. Na sala do cinema, de mão dada ao meu amor, com mais 2 amigos, não concordava nada nada com o conferencista da mochila. Se existe alguma coisa que vale a pena levar na mochila são as nossas relações de amizade e amor, quem nos interessa, quem decide percorrer a estrada connosco durante todo o seu trajecto. Os meus amigos e família, o meu amor, são as minhas maiores riquezas, não podem ser taxadas e não pesam nada na mochila e as lágrimas dos últimos dias só me dão razão…

Penso para os meus botões… ou melhor no Butão e penso nesse pequeno país encravado nas montanhas que mede o seu pib em níveis de felicidade do povo… se calhar tenho de seguir os conselhos de Sun Tzu e escolher o meu campo de batalha da próxima vez que lutar contra o Irs, e sei bem o que levar na mochila.
 
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