sábado, dezembro 29, 2007

Os embrulhos são como as molduras

Detesto andar ás compras! Mesmo que seja para mim, para que eu compre qualquer coisa, principalmente roupa, é preciso que esteja inspirado. Ora, pegando nesta linha de raciocínio se perder tempo em compras é penoso, pior será quando as compras são para outras pessoas, por duas razões:


Primeiro porque vai ser dinheiro gasto noutras pessoas quando seria muito melhor empregue se fosse gasto em mim (que pensamento tão egoísta!!!… vale 50 chicotadas nos costados).

Segundo, eu não tenho imaginação nenhuma para dar presentes e como não quero dar sempre os mesmos do costume (after-shaves e coisas do género) deparo-me com um universo inimaginável de coisas que se podem oferecer… o problema é que é mesmo inimaginável….nunca sei o que dar a ninguém, como eu também me preocupo, (demasiado), se a pessoa a quem vou oferecer vai de facto gostar do presente que lhe vou comprar estão reunidas todas as condições para stressar…


É nestas condições que eu chego à altura do Natal, altura em eu tudo se agudiza exponencialmente, porque o volume de prendas é maior e porque todas as pessoas invadem os habituais locais de compras com uma fúria desconcertante. O resultado é sempre o mesmo, acaba comigo a tentar adiar o inevitável e acabando por fazer as compras de natal mesmo à ultima.


Este ano fiz todas as minhas compras de Natal dia 24! Acordei de manhãzinha e fui às compras com um amigo meu que sofria do mesmo mal, dia 24 e sem nada para oferecer.


Local do crime, campera, objectivos mãe, pai, irmãs e sobrinha. No fim acabou por ser fácil, porque eu não sofro do problema de ir ás compras de prendas e acabar por comprar tudo para mim, ao contrário da companhia da desgraça. Acabou por ser bastante divertido porque me fartei de rir, homens e compras é coisa que não liga muito bem. Continuo sem conseguir ver a cor fucsia e tenho de perguntar se aquela coisa é mesmo um porta moedas, será que as moedas vão cair??


Mas se comprar até nem custou muito, embrulhar já não posso dizer o mesmo, quando nos embrulhavam as compras estava tudo bem mas quando tínhamos de ser nós a fazer o embrulho era o descalabro. No principio eu tentei fugir ao problema e pensei que bastava um saco qualquer agrafado, ora digam lá se não é bem mais prático, os embrulhos são como as molduras, o que interessa não é o que envolve é o que tem dentro, mas apesar de tanta filosofia desviante lá acabei por dar por mim frente a frente com os utensílios para embrulhar.


Devo dizer que lutei ferozmente, concentrei-me na tesoura e no papel tentando não fazer asneira e desta forma não encarar o pequeno magote de pessoas que certamente se ria a bom rir nas nossas costas. “tu consegues, és um engenheiro… raios… se consegues fazer marcha atrás com uma pick up na total escuridão numa mina a 400 metros de profundidade e não bater em nada porque é que não consegues fazer um mísero embrulho de natal!!! Concentrei-me mais ainda tentando lembrar-me de como apenas minutos antes, uma rapariga muito simpática tinha embrulhado um livro nuns ridículos 30 segundos…. Que técnica….

Eventualmente o embrulho acabou por ficar concluído, olhei a minha obra, e pensei…”os embrulhos são como as molduras”…. “Porque é que este quadro parece uma representação de uma parte de trás de um acidente?”


Derrotado, só tinha uma solução, gritar por ajuda maternal, e lá ficaram feitos os embrulhos, com o mesmo papel lá ficaram a parecer…. Embrulhos de Natal.

Nota mental… para a próxima usa menos papel….

Se bem que aquela cena do saco……

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Atacamite




Todos os anos no inicio de Dezembro e apanhando o feriado de dia 8 realiza-se em Lisboa, na antiga faculdade de ciências a feira dos minerais de Lisboa. Este ano foi a vigésima primeira.


Tendo eu uma pancada muito forte por minerais, está claro que não podia faltar, aliás faltar é coisa que eu não faço desde há quase 15 anos! Já mesmo antes de ter entrado para a faculdade já eu era coleccionador e freguês assíduo da feira dos minerais. E em 15 anos pude acompanhar a evolução da feira, vendo a feira a ficar cada vez mais pequena e os minerais cada vez mais caros. Quando era mais novo só me babava pois não tinha dinheiro e pensava, “quando trabalhar eu venho cá e compro a feira toda!”


Claro que sendo novo e inconsciente não pensei na inflação e embora hoje tenha consideravelmente mais dinheiro que na altura, e de facto compre exemplares maiores, eu controlo-me muito e nunca cometo grandes loucuras até porque alguns minerais são colocados a preços demasiado elevados para aquilo que eu acho que eles valem. Ver este post

http://antoniosubtil.blogspot.com/search?q=+O+valor+relativo+das+coisas


Este ano a feira estava um pouco atípica, primeiro não tive de andar ás cotoveladas a ninguém apesar de ter ido no sábado (o pior dia), depois porque os minerais não estavam muito mais caros do que é normal. Este ano também não fui com um mineral em vista, como o ano passado em que queria mesmo comprar uma okenite, estava de espírito aberto, podia comprar tudo menos a quadra pirite/calcopirite/galena/esfalerite (já chega)


Apesar da feira estar repleta daquelas amostras que só são compradas com o euromilhões e que naturalmente enchem o olho a qualquer miúdo grande, não tinha muita coisa que me chamasse à atenção, ….não sei….. Faltava qualquer coisa….


Nunca tinha entrado numa feira dos minerais com tanto dinheiro, mas acabei por gastar apenas 50 euros, comprei apenas um mineral, um belo exemplar de atacamite, que não é aquele que se pode ver na fotografia, o meu é bem maior e mais bonito, (eu só não sei onde pus a minha máquina).


Só por curiosidade a atacamite tem este nome devido ao sítio onde foi encontrada originalmente e onde existe com mais frequência, o deserto de Atacama no Chile, que assim só por curiosidade é o sitio mais seco do planeta. O deserto de Atacama detêm o record da maior seca de sempre, 400 anos sem chover!

Péssimo sitio para plantar nabos…

 
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