segunda-feira, novembro 24, 2008

O silêncio





Se não falar rebento….

Aljustrel e as suas minas andam nas bocas do mundo, Aljustrel ou as minas… são demasiado coladas para poder distinguir onde acaba uma ou começa a outra.

É a crise é a crise, a mina vai fechar, é a crise dizem eles… ainda há pouco tempo o nosso engenheiro inaugurava com pompa e circunstancia o começo, o recomeço da produção de metal,… e agora volvidos apenas 6 meses tudo acabou, surpresa? Só para quem não trabalhou lá…

E que posso eu dizer… Faria a 2 de Janeiro 2 anos, 2 anos de constantes descidas ás profundezas da terra, 2 anos a enfrentar a morte, os perigos, um misto de coragem e loucura em doses difíceis de definir. 12 Horas por dia ou noite, melhorando as galerias, as infra-estruturas a ventilação a bombagem, centenas de galerias, e rampas feitas de carrinha ou a pé, ou de plataforma… em escadas apertadas onde a claustrofobia era levada a um novo nível, por galerias minúsculas, alagadas por águas ácidas, galerias da década de 50 com tectos e hasteais a cair tudo para recolher minerais de halotriquite. Lembro-me de um dia em particular, subi à superfície era uma da manhã, infinitas horas a 400 metros de profundidade, com água pela cintura a tentar minimizar uma inundação… nessa Altura, acreditava-se…

E tudo isto para quê?

Hoje via uma reportagem com o antigo chefe da mina, em que não compreendia (ele) como passados 13 anos os resultados ainda tinham sido piores do que na sua altura, apesar de nessa época altura já se ter avançado na resolução de muitos problemas e com muito menos tecnologia.

Eu sei porquê!

É importante o conhecimento da história para que não se repitam os erros do passado e um dos problemas deste projecto foi o fazer tábua rasa de tudo o que se tinha aprendido. Isto acontece quando as pessoas são particularmente casmurras… Ao invés de se aprender com a voz da experiencia imperou, o eu quero posso e mando, e se não gostas vais para a rua.

Não adianta muito estar aqui a lavar roupa suja, mas a verdade é que a velha máquina wolff era de facto velha, as telas novas eram boas para lagares de azeite e não para pirite, e a lavaria que tinha sido arrasada para ressuscitar nova e lavadinha estava pior que nunca. Em boa verdade quando o nosso amigo primeiro descerrou a placa, a mina já tinha imensos problemas e era inevitável que fechasse, com ou sem crise, já estava a morrer e todos nós o sabíamos só não queríamos enfrentar a realidade…

Mas o acordar do sonho sempre vem, a realidade sempre nós atinge como um raio por mais que tentemos assobiar para o lado…

Apesar de estar a viver o problema à distância, não deixo de sofrer pelas pessoas que conheci e que a meu lado tudo fizeram para que isto não acontecesse. Quando deixei a mina, não me despedi de minguem porque não o consegui fazer, estava demasiado irritado e emocionado. Queria agradecer a muita gente, com quem aprendi muito, mas por outro lado apetecia-me mandar uma serie de gente para a cadeia e o que mais me chateia é esta gente, que não merece o ar que respira, são quem se vai safar melhor, pois os outros, os que deram o que podiam e não podiam vêm-se agora abraços com casa e carro para pagar e filhos para criar num sitio onde não há empregos, onde sem mina são apenas casas num monte alentejano…. “Salvei-me” a tempo, mas isso não me alegra particularmente.

A parte que mais gostava na mina era a galeria do piso 265, apertada, pouco alta, 2,5m de altura, tinha sulfatos a por todo o lado e estalactites verdes e azuis, era calma, ninguém passava por lá, estava sempre em silencio, um silencio absoluto, uma calma infinita….

São 1:30 da manhã, este silêncio deve agora ecoar por todas as galerias… um silêncio de calma é agora um silêncio sepulcral. Quando tempo passará até que uma toro desça rampa abaixo?

sexta-feira, novembro 21, 2008

Simulacro sísmico

vai haver dezenas a queixarem-se... os habituais velhos do restelo tão bem conhecidos aqui nas nossas praias.... depois um dia há um sismo a sério e todos se vão queixar que as nossas forças não estão preparadas...


viva a entropia

sábado, novembro 15, 2008

sem titulo

triste..... pelos outros..... por quem, com quem aprendi, sofri, brinquei, trabalhei...

por quem gosto...

sofrer à distancia....


...

segunda-feira, outubro 13, 2008

Eleições parte II




As eleições americanas parecem um pouco confusas para o resto do mundo, para os habitantes dos países europeus porque o mais votado nem sempre ganha, e para a habitantes dos países africanos porque não existem tropas armadas para ajudar os eleitores a escolherem…

Não me querendo armar aos cucos, eu até percebo como tudo funciona. Não me vou por aqui a explicar porque é longo. Queria apenas lembrar que não existem apenas 2 candidatos, existem outros mas que como vêm de partidos menores não usufruem da mesma visibilidade, como por exemplo jonathon sharkey, o candidato do partido dos vampiros, que nas palavras do próprio, marca a diferença dos outros candidatos porque não mostra só o seu lado bom!!!.

Palmas…. Um pouco de honestidade….. não vai longe, este bebedor de sangue…

Mas no fundo tudo se resume a 2, um do partido representado por um elefante e outro um cavalo.

Estas eleições são um pouco diferentes das anteriores pelos candidatos escolhidos, um é uma múmia e o outro é preto.

Barack Obama foi sempre o meu favorito para a corrida, por ser diferente dos outros candidatos, não por ter ficado mais tempo ao sol mas porque aquilo que prega é diferente, a sua forma de falar, a inteligência das suas respostas…

Fiquei contente por ter ganho a corrida à Hilary, não por esta ser mulher, mas porque considero que seria má presidente, baseia tudo o que é na fama do marido e pior que isso transpira muita falsidade por todo o lado.

Felizmente Obama conseguiu a vantagem para ser candidato. Olhando para a múmia do partido do elefante, aos olhos europeus, a vitoria parece no papo e o tipo até vai à frente.

Aos olhos europeus…… e aqui é que está o busílis….. lia outro dia no expresso uma crónica em que se falava da possibilidade das sondagens não reflectirem a real vontade de voto, pois pelo telefone é fácil dizer que se vota no preto, na mulher ou no homossexual, mas perante o boletim de voto, todos os seus estúpidos preconceitos viriam ao cima e os votos acabariam por cair no não preto… mesmo que o outro fosse uma múmia….

E meus amigos, a questão mumificante é que atrás do presidente vem sempre o seu vice, e se macain for escolhido há sempre a possibilidade de não levar o seu mandato até ao fim, o que nos deixaria entregues à sara palin…. E ….

É melhor não falar sobre isso…..

Eleições parte 1

É já em Novembro que a América escolhe o seu presidente, que é como quem diz o chefe do mundo ocidental, ou quase…

Desde a primeira eleição de bill Clinton que sigo sempre com atenção o desenrolar da campanha e as eleições particularmente ditas, por gostar de eleições pelo espectáculo em si e pela importância das mesmas.

O espectáculo é do melhor que consegue por esse mundo fora ou não estivéssemos nós na terra do espectáculo, uma campanha eleitoral que se prolonga por quase um ano, debates intensos e muita lavagem de roupa suja à mistura. Muitas sondagens e gráficos bonitos…

Mas o espectáculo é apenas a cabeça do fósforo, o que realmente interessa é a influencia que os estados unidos exercem no mundo, de tal forma que a eleição do seu líder se reveste de uma importância maior que o nosso Sócrates…

Bill Clinton foi o melhor presidente que os estados unidos tiveram nos últimos tempos, tempos que me lembre. Mas bill Clinton tinha um problema de saias e acabou meio na desgraça atacado pelos arautos da verdade e dos bons costumes, esses mesmo que depois fizeram todas as tropelias possíveis e imaginárias, mentindo sobre tudo, sempre que lhes era conveniente.

Eu gostava do bill Clinton, mas por melhor que fosse haveria sempre de sair, o mal foi quem entrou…. Um tal de W. estou ansioso para ver o novo filme de Oliver Stone….

O George W teve o condão de nos mostrar 2 coisas:

Uma má escolha pode influenciar a nossa vida e a dos outros profundamente (quando o elegeram a primeira vez)

Que grande parte dos americanos são efectivamente muito burros (quando o elegeram a segunda vez).

Que a eleição é importante todos nós interiorizamos, os últimos dias acabaram por alertar os mais distraídos para isso mesmo. Mas o que me preocupa é que quando nos falta o pão à mesa acabamos por não tomar as melhores decisões….

quinta-feira, outubro 02, 2008

Ancorados





Patella vulgata de seu nome científico, é um petisco nos açores, grelhadas com molho de manteiga, sal e limão… deve ser de chorar por mais. Como eu nunca fui ás ilhas não sei se é bom ou não mas que promete, lá isso promete.


Apesar de nunca ter provado lapas conheço-as desde pequenino quando fazia um ar de dor sempre que andava por entre as rochas com os pés descalços, isto porque as lapas têm o hábito de se agarrar ás rochas, é inclusive preciso alguma perícia com o (canivete)* para as retirar do seu sossego, ao mínimo toque ou pressão a lapa agarra-se à rocha e depois nada feito, não sai do seu aconchego nem por nada deste mundo.


Ou não fossemos nós animais, temos uma natural tendência para imitar certos e determinados comportamentos do mundo animal, e por vezes somos autênticas lapas, não queremos sair do nosso aconchego, do nosso conforto.


O ser humano é um pouco avesso à mudança!


Acho que é o medo do que não se conhece, o conforto de jogar pelo seguro, o não arriscar, o receio de se ir para pior….


Sinto… sinto dentro de mim alguns genes de lapa, pronto… se calhar isso faz de mim saboroso, grelhado com molho de manteiga, mas o que se trata é de estar no sofá. Mas agora que apareceu um canivete, se calhar está á na altura de mudar de lapa para ribatejano e encarar o touro pelos cornos.

Como diz james Hetfield na música bleeding me “I'm digging my way to something better…”



* não confundir com o canivete bivalve que também se encontra nas nossas costas.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Até no cinema

Claro que ser português não tem só desvantagens, somos um povo muito dado à confraternização e geralmente damo-nos todos bem com toda a gente. Esta simpatia deve ter começado com os descobrimentos, quando os marinheiros ali das beiras amararam nas praias de salvador da baia e travaram logo amizade com umas índias que passavam por perto. Talvez por esta facilidade que temos em nos misturar com outras culturas seja costume dizer-se que existe um português em toda a parte do mundo, e para prová-lo entre muito exemplos existe a sétima arte.

Eu passo a explicar, uma das manias que apanhei recentemente, quando vou ao cinema, é ver os genéricos até ao fim e procurar atentamente por um nome português, até hoje nunca falhou podem ser muitos ou poucos, ás vezes apenas um, mas lá aparece sempre um António ou um Pedro ou uma Maria para marcar a presença lusa. Com o ultimo filme do batman já estava a desesperar, mas mesmo no fim lá apareceu uma Ana Mestre para fazer as honras do convento

quarta-feira, setembro 10, 2008

A vergonha nacional



Antigamente as tribos que queriam provar-se mais fortes que as outras geralmente resolviam a questão invadindo e matando uns quantos, hoje em dia, que já vai havendo um maior respeito pela vida humana, opta-se por outro tipo de confronto. De certa forma as competições desportivas são uma forma bem mais saudável de mostrar a superioridade da tribo.

Ora, a nossa tribo, escolheu os nosso representantes e foram para a guerra e os resultados foram o que se esperava pois se os corpos são fortes já a cabeça não vale nada, como se diz aqui "tem umas mãos de ouro, mas a cabeça é serradura". As derrotas foram -se acumulando e com elas as habituais desculpas lusas, desculpas que não resisto em citar

Marco Gonçalves (badminton): "Não me consegui adaptar ao lado do pavilhão onde joguei, havia um pouco de vento".

Telma Monteiro e Companhia (judo): árbitros

Arnaldo Abrantes (200m): "Entrar neste estádio cheio bloqueou-me".

Vânia Silva (martelo): "Não sou muito dada a este tipo de competições"

Mas de todas a que mais repudio é a de Jessica Augusto “Agora vou de férias. Treinei para os 3000 obstáculos. Não vou aos 5000 metros. As africanas são fortes. Não vale a pena lutar contra elas. Elas correm para 14m11s e eu para 15m22s. Por isso..”.porque demonstra um total desrespeito pelo desporto, pelo espírito de cubertain e pelo dinheiro dos contribuintes. Até existe uma medalha, a Medalha Pierre de Coubertin concedida a atletas que valorizam a competição olímpica mais do que a vitória, mas esta senhora encontra-se nos antípodas daquilo que são uns jogos olímpicos, assim, mais valia de facto ter ficado em casa.

O problema, é no entanto mais profundo, um par de meses antes a nossa querida selecção foi afastada do mundial de futebol, apesar de ter bons jogadores tal era concebível pois os outros também jogam bem. Perder é aceitável, depende é a forma como se perde, e Portugal perdeu muito mal. Perdeu porque a grande maioria dos nossos jogadores estavam mais preocupados com os seus contratos do que com a competição e nem o treinador escapou. Ronaldo queria Madrid e o treinador achava bem pois ja tinha contrato com o chelsea e com Ronaldo longe o seu trabalho ficaria mais fácil, deco quer se ir embora e joga bem para arranjar contrato, o conterrâneo deixa-o sair do estágio para resolver a sua vida, pois claro, era para vir par o seu futuro clube!!, depois de tudo resolvido, podiam perder...salvou-se o pepe que é brasileiro!!!!!

Então questiono-me, ser português é isto? O meu pai critica muito os políticos, diz ele que os nossos governantes são os responsáveis pela rebaldaria que vai imperando por aqui, sem os querer desculpabilizar, eles também são portugueses, eles são feitos da mesma massa que o portuga ali do lado, o que me leva a suspeitar, até pela historia portuguesa que nada vai mudar pois o sitio onde vamos buscar os políticos é o mesmo. Será possível criar um padrão para os nossos atletas?

Boas qualidades físicas conhecedores da competição mas fracos na cabeça e sem capacidade de luta, preocupam-se primeiro consigo e depois com o colega ou com a tarefa em mãos, e quando perdem têm logo uma desculpa por mais inverosímil que seja desde que os desculpabilize.

È isto ser-se português?

quinta-feira, julho 24, 2008

SOS




O SO2 ou dióxido de enxofre é um gás altamente tóxico que pode ser formado através da combustão de pirite


a formula química é fácil e é como se segue

4 FeS2(s) + 11 O2(g) → 2 Fe2O3(s) + 8 SO2(g)


FeS2 é a formula química da pirite, a pirite, ao ser queimada ou no caso da mina rebentada com o uso de explosivos liberta SO2.

O fenómeno tb chamado de explosão de pirite, no qual se chega a atingir os 1000 graus!, é controlado por vários factores como a temperatura da explosão ou a presença de pó de pirite na frente da explosão. O diâmetro das particulas tb é importante.

A minha primeira experiência com o SO2 foi no mínimo de despliscencia, senti o gás que toda a gente diz saber a doce (treta), e pensei para os meus botões, oh que chatice, enxofre... e continuei a trabalhar como se nada fosse. no dia seguinte voltei a sentir aquele cheiro metálico do SO2 e como no dia anterior agi como se nada fosse. o pior foi quando me sentei
para almoçar, já tinha a cabeça á roda e assim que vi a comida comecei com vómitos e o dia ficou por ai, passei o fim de semana com diarreia e garganta arranhada e pior que tudo... sem apetite.

Depois de casa roubada trancas à porta, e depois deste episódio passei a ter muito mais cuidado para além de me fazer acompanhar de um detector de SO2.

noutro dia voltou a ocorrer explosão de pirite, peguei no meu fiel detector colei-o no espelho retrovisor e enfiei-me galeria adrentro. Apesar da nuvem de fumo ser claramente visivel não resisti a entrar dentro dela, o detetor disparou, 97 ppm e depois deixou de ler, eram 150? 200? quem sabe. O que eu sei é que 5 ppm é nocivo para a saude, não devemos estar expostos
mais do que 15 minutos a esta concentração, 400 ppm mata instantaneamente, e 150 ou 200? serão precisos quantos segundos? 2, 3? foi enfrentar a morte, foi como estar num precepicio e ter a escolha de dar um paço em frente, ou não. Ali, tudo o que seria preciso sera abrir o vidro...
Às vezes vejo-me em cada situação na mina que penso, se calhar o melhor era ter ido para bibliotecário....

NOT

quinta-feira, julho 03, 2008

Bike tour 2


Já com um dorsal a condizer partimos rapidamente para a gare do oriente, local de recolha dos participantes em autocarros da carris, que nos iriam despejar na ponte, local da partida. Os Autocarros deveriam partir entre as 8 e meia e a 9 e meia, mas para sermos os primeiros a partir e a chegar (na prova) eram 7 e pouco quando saímos de casa. Eram 7 e meia e já estávamos na bicha e a ter comportamentos nada suecos reclamando o tempo de espera e criticando tudo e todos. Fomos no 4º autocarro, entre chegar agarrar a bicicleta que tínhamos direito, (uma verdinha, muito fixe), eram umas 9 horas e estávamos preparadíssimos para começar. Ai esperámos, esperámos e esperamos. Pelas 10 horas lá ouvimos o speaker da prova a anunciar todo contente que apenas faltava hora e meia para começar a prova!!! Caiu-me tudo, dei por mim sentado no alcatrão da Vasco da gama a torrar ao sol pois esqueci o protector solar, cheio de fome, porque esqueci de tomar o pequeno-almoço. Oh sorte marreca… não percebia como tudo isto podia acontecer, se os autocarros acabavam de partir pelas 9:30 como é que a prova só começava pelas 11 e meia? Depois percebi, a culpa era dos VIPs que ainda iam tomar pequeno almoço e vinham só mais tarde, nada de madrugar como o resto do povo… oh raiva

Felizmente toda esta gosma se desvaneceu quando comecei a correr, não havia praticamente vento nenhum e o rio estava calmíssimo, a paisagem era deslumbrante e o passeio acabou por ser curto, eu tinha algumas duvidas de como me iria portar visto já não pegar numa bicicleta faz anos, mas correu muito bem, acabei por ser dos primeiros a chegar e não fosse a bicicleta atraiçoar-me e chegaria ainda melhor. È que o banco insistia em descer e fiz metade da prova como se de um triciclo se tratasse.

Resta sim, falar da bicicleta, para o que custou não está nada mal, claro que não é perfeita, as mudanças não entram muito bem, mas é bem melhor que a minha made in continente e já com uma década em cima.

A experiencia é para repetir, mas para o ano chego mais tarde, já não me enganam mais …

lisboa bike tour parte 1

Realizou-se dia 22 de Junho mais um bike tour Lisboa, que teve a grande particularidade de me ter como participante… o que esteve para não acontecer. A prova consiste em atravessar a ponte Vasco da Gama de bicicleta desde a margem sul até ao pavilhão de Portugal numa extensão de 13 km´s. Parece complicado mas a maior dificuldade é mesmo conseguir inscrever-se na prova. Isto porque o número de participantes está limitado a 10000 pessoas, o que resulta no esgotamento dos lugares enquanto o diabo esfrega o olho. Este ano não foi excepção e quando a publicidade ao evento saiu na tv já não havia lugares. Ora, face a esta conjectura está claro que eu não me inscrevi e não iria participar não fosse a marina ter-me convidado para participar usando para tal a inscrição da irmã.

Claro que pelo meio houve um perónio partido com arrancamento de ligamentos pelo que a prova ia ser mesmo feita por mim e pelo João.

Até aqui tudo bem, como dizem os lemas destes eventos desportivos, venha correr por uma causa, ou mexa-se pela sua saúde etc etc. Mas ao ler o regulamento da prova verificamos que tal não era possível, a inscrição era pessoal e intransmissível e só era dada bicicleta a quem participasse na prova e no caso de falta o dinheiro nunca era restituído. Numa primeira análise ainda se equacionou que participássemos como se fossemos nós as pessoas inscritas, mas diga-se de passagem que não dava muito jeito eu participar com um dorsal a dizer Sandra Oliveira.

Ao ler o regulamento ficamos meio irados com aquilo que estava exposto, porque se o que realmente importa é participar pouco importa se quem participa não é uma Sandra mas um António, e também deveria haver mecanismos para ressarcir os azarados que partem uma perna um dia antes da prova iniciar.

Armados de todo o tipo de argumentos dirigimo-nos ao local de entrega dos dorsais preparados para a guerra….

Logo assim que entrámos fomos desarmados pela simpatia com que fomos recebidos pelo segurança, que inclusive costumam ser os mais obtusos, logo ali, ao observar as muletas foi sugerido que estaríamos ali para trocar a inscrição… e pronto fomos recebidos por um responsável que nos indicou logo um balcão para que fosse efectuada a troca, fomos bem atendidos, foi rápido e ainda houve uma t-shirt a mais para a pobre inválida que não poderia atravessar o Tejo.

Apesar de contentes não deixamos de nos sentir um pouco envergonhados com o tudo o que estávamos a pensar, talvez porque a maior parte das vezes não somos bem atendidos ou quem tem o poder de alterar as coisas muita das vezes demonstra muita pouca flexibilidade para aquilo que foge um pouco à “normalidade” enfim, ponto para eles.

quinta-feira, junho 19, 2008

bons de bola

Bora lá então falar de futebol! pois os tempos são propícios a isso.


o futebol português é pródigo em acontecimentos, é capaz do melhor e do pior.

Geralmente o pior costuma vir associado a corrupções e escândalos de vária índole, e nestes capítulos há um nome que vem sempre à baila, o de pinto da costa. para os portistas é um deus, para os adversários e para o resto do país de modo geral é um diabo.
como é natural, eu não gosto dessa personagem, (sim, porque ele só dá vitórias ao porto, dirão os portistas), mas eu não gosto do pinto da costa porque é uma pessoa mal educada e conflituosa, divisionista e extremamente desagradável de ver e ouvir. para além de tudo isto sempre o achei um corrupto de primeira e que um dia acabaria preso. Prende-lo não será fácil pois até a judiciária o avisa quando se fazem buscas á sua casa, mas que é corrupto acabou de ser provado há umas semanas atrás, disso ele não se safa..

Se é corrupto seria então de esperar que fosse irradiado ou algo no género, mas não, foi apenas suspenso, e retiraram ao clube o autentico cabaz de 6 pontos.... fabuloso, lembro-me do belenenses, que inscreveu mal um jogador e como castigo também viu subtraídos 6 pontos... Ora ai está outra vertente do nosso futebol, a sua justiça. então inscrever mal um jogador vale o mesmo que corromper árbitros? fantástico, é caso para dizer que o crime compensa ( ás vezes)*

Era de esperar que a uefa não se deixasse impressionar, mas devido àquelas nuances em que o direito é pródigo, o porto lá se safou e sempre vai jogar na champions... vou esperar pelos próximos capítulos, pois se os recursos não forem a favor do porto será que a uefa volta atrás à primeira forma?

Mas como nem tudo é mau no futebol da terra de Camões ás vezes existem coisas que nos alegram. Uma dessas coisas foi ver o mineiro aljustrelense a subir de divisão.

O mineiro aljustrelense é o clube de futebol da vila de Aljustrel, e como tal eu agora também torço pelo mineiro, pois conheço as gentes e até alguns jogadores. Após 75 anos de história o mineiro consegue chegar á segunda divisão B. Já lá tinha jogado há muitos anos mas nessa altura passava-se directamente dos distritais para a segunda divisão.

A propósito deste feito o cartoonista luis afonso fez este cartoon





por acaso, um dos jogadores que passa directamente da mina para os treinos trabalha directamente sob a minha alçada, Nelson Raposo que é inclusive um dos génios da equipa. um excelente jogador, colega e mineiro...

vivó mineiro Aljustrelense

ahah!!! achavam que ia falar da selecção não era?

* private joke

quinta-feira, junho 12, 2008

Sou camionista...... sou o maior....

Ai estão os nossos camionistas a mostrar a sua força, em apenas alguns dias puseram todo o pais virado do avesso, verdadeiramente refém das suas reenvindicações.
Indo directo ao assunto, eu sinto simpatia pelas pessoas que andam por ai a bloquear as estradas, pelos nossos camionistas, e porquê? Porque têm razão no que reenvindicam, o gasóleo está caro e faz sentido, é justo, que haja um gasóleo rodoviário, como qualquer empresa de construção civil têm dificuldade em receber as suas facturas que são pagas a 120 dias quando não são mais, ao passo que ivas e segaranças sociais têm de ser pagas a tempo e horas...
Mas o que mais me agrada é o grito de ipiranga, é aquilo que nós precisamos em portugal é de pedradas no charco para agitar esta letargia que contagia os tugas e que deixa que façam tudo. Claro que os camionistas estão desesperados e nada têm a perder, mas mesmo assim, agrada-me.

O triste da história é que não há muito a fazer, nós temos camiões a mais, temos um gasóleo que não vai baixar e não temos alternativas ao transporte rodoviário, durante anos só se fez estradas novas para mais e mais camiões enquanto se retiravam e desativavam linhas de comboio e não se empregavam meios alternativos, meios alternativos para não sermos tão petroleo-dependentes e por serem meios ecologicos e amigos do ambiente. Agora é tarde, e mais tarde ou mais cedo vai voltar a faltar gasolina e alimentos nas bancas e não vai ser só por mão de camionistas raivosos, vai faltar pelo preço elevadissimo e pela real escassez de combustiveis,

Cá estaremos para ver...

Tenho um quarto de depósito, dá para ir e vir de/para aljusrel, estou muito contente...

sábado, maio 31, 2008

Não tem de ser assim


Este atlas não é a figura mitológica castigada por Zeus a carregar os céus ás costas, é a metáfora daquele que carrega às costas os problemas dos outros, bem como os seus...

sexta-feira, maio 16, 2008

O fenómeno


Comprar um carro é provavelmente dos piores negócios que se podem fazer, assim que sai do stand desvaloriza logo, com o passar do tempo vale cada vez menos até ao dia em que o queremos vender, altura em que nos dizem….


“Ah e tal está velho” não lhe damos nada por ele…

“Mas mas…. Está bem estimado, até tem todas as revisões na marca”

“Pois, mas tem muitos km vale pouco no mercado”

“Mas só isso? Olhe que até tem ar condicionado!” só teve um dono!

“Sim, mas o motor é fraco e tem poucos extras”


Claro que quando compramos um novo achamos o preço muito caro e somos brindados por parte dos vendedores com argumentos fantásticos como “é uma marca de prestigio”, ou tem muitos extras, olhe o ar condicionado” “ tem muitos km mas isso não é nada para este motor só teve um dono”. Tudo argumentos para nos venderem o carro mais caro.


A juntar a esta conjectura comercial existem todos os outros gastos, desde revisões, possíveis avarias, portagens e claro está combustível…


Talvez por isso adiei durante tanto tempo a compra de um automóvel novo, mas com o meu honda a pedir um arranjo substancial e a gastar combustível como se não houvesse amanha teve mesmo de ser. Pelo meio ainda deu para espatifar o decano dos carros cá da casa.

I´m afraid, its a no way back situation….

Após alguma pesquisa, entenda-se muita pesquisa apareceu o fenómeno


O meu carrito novo

Depois de um carro com 380mil km e de outro com 240mil km, eis que surge um terceiro com apenas 63km

Um Fiat grande punto 1.3 90 cv versão sport com um data de extras alguns dos quais até se dispensavam, mas já que vieram... venham lá!

A diesel claro, ao preço que está já não quero mais nada com octanas

3 portas para ser mais bonito e versão sport para ser ainda mais bonito

E de maneiras que é assim.


fotos tiradas em aljustrel junto ao poço viana (antiga mina de Algares)

sexta-feira, maio 09, 2008

Os infractores


Lisboa, num futuro infelizmente não muito distante

Vai um grande rebuliço no antigo centro cultural de Belém. A razão? Uma peça de teatro/dança/comedia. Nas escadas de acesso às galerias um casal de namorados está sentado, o seu olhar é suspeito, e não é só amor, escondido no seu regaço está uma caixa de pastéis de Belém, uma raridade nos dias que correm. Com cuidado para não levantar suspeitas eles vão comendo os pastéis, fecham os olhos a cada dentada para saborear tão preciosa guloseima, mas apenas por breves segundos pois todos os cuidados são poucos, há câmaras, seguranças e inspectores de saúde por todo o lado. Longe vão os anos em que as pessoas se podiam entregar assim a estes pequenos prazeres. Hoje tudo foi abolido, tudo em prol de uma sociedade mais justa, mais saudável, mas acética. Primeiro foram as gorduras saturadas e o colesterol, depois os açúcares de toda a espécie e agora apenas os bolos de soja, a farinha de arroz e o sumo de beterraba são permitidos.

Rapidamente as últimas migalhas são engolidas, num misto de esconder a prova do crime e aproveitar até ao último pedacinho do pastel. Tudo selado com um beijo, um beijo com sabor a pastel de nata por quem não tem medo de viver, e que quer viver cada vez mais….

“brinca brinca”……

quarta-feira, maio 07, 2008

Fix you



When you try your best but you don't succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can't sleep
Stuck in reverse.

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone but it goes to waste
Could it be worse?

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try you'll never know
"Just what your worth"

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

Tears stream, down on your face
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face and I...


Tears stream, down on your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face and I...


Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you.

By coldplay

(não é hábito colocar material não produzido por mim, mas também não faz mal...)

ps.. vejam o número de vizualizações deste video!!

quinta-feira, abril 10, 2008

Bom doutor mau doutor


Prólogo

Enfermo: para que hospital é que vamos?

INEM: Para vila franca de Xira..

Enfermo: ….

INEM: “que franzir do sobrolho foi esse? Você deve ser de cá……




A vida tem destas coisas….

Nas últimas duas semanas tive “oportunidade” de visitar as urgências em dois lugares e situações distintas…


A primeira situação ocorreu quando a minha garganta resolveu dar o habitual ar da sua graça e infectou… eu, à homem, tentei ignorar o problema e não ataquei logo quando os sintomas ainda eram fraquinhos, resultado… foi mesmo à beira do teatro que não resistindo mais aos 39 e e de febre decidimos visitar as urgências da CUF no parque das nações.


Mas que belo hospital… tão bonito e lavadinho, passei logo à triagem, mediram-me a febre com um termómetro fantástico e meia hora depois estava a ser atendido. O médico apresentou-se (acolhimento personalizado). A visita foi de médico como todas as minhas visitas ao médico (nunca sei se me estão a despachar ou se sou eu que tenho uma grande capacidade de expressão). De qualquer forma o diagnostico era fácil, eu próprio já sabia o que me esperava, a única duvida caía no tipo de antibiótico, se oral se seringas…


Safei-me às seringas, e até tive pena de abandonar as urgências, a única nota negativa foi para os 30 euros que paguei, por esse dinheiro devia ter tido direito a bombons…


Nem duas semanas depois, tive oportunidade de visitar umas novas urgências…


Tinha acabado de sair de casa com uma galinha com amêndoas na mente quando uma ford transit (como se pudesse ser outra marca), decidiu por termo ao meu passeio e ao meu velhinho Opel corsa. Vinda em sentido contrário foi atraiçoada pela velocidade e pelo lençol de água e embateu violentamente de frente no meu carrinho…


A primeira sensação que tive foi a de ter rebentado uma granada ao pé de mim, aos poucos e poucos fui retomando aos meus sentidos, passei a mão na testa para sentir o sangue que escorria abundantemente. Disseram-me para parar pois tinha a cara cheia de vidros. Ok, paramos… Nestas circunstâncias, poucos minutos de espera parecem horas, o socorrista estava mais nervoso que eu… mas pronto lá veio o INEM, fui imobilizado de todas as maneiras possíveis e logo desencarcerado com destino à ambulância.


Pensei para mim… é agora que vou ter um momento Anatomia de Grey, mas depois lembrei-me de perguntar para onde me dirigia e acordei para a triste e dura realidade.


Já na ambulância veio o simpático policia fazer-me o teste de alcoolemia.

Que sorte! Ter tido o acidente num dia em que não bebi…


E num ápice estava nas urgências de vila franca de Xira… como na CUF passei pela triagem. Tiraram-me sangue e trocaram-me o colar cervical por um daqueles que tem um buraco na garganta para se puder fazer uma traqueotomia… por breves instantes lembrei-me da galinha com amêndoas…


Depois esperei confortavelmente numa maca com metade da cara vermelha que me viesse atender.

Esteve inconciente?

Não, acho eu…


Então não precisa de TAC


Dói-lhe o pescoço quando toco aqui, e aqui?

Não.


Então não precisa de radiografia à cervical…


Lá me deitei na marquesa com cuidado para não me ferir nos imensos pedaços de vidro espalhados pelo corpo que os senhores doutores tiveram o cuidado de não retirar. Lá tiraram as radiografias, inclusive á cervical (porque eu insisti)! E após mais uns minutos á espera lá fui atendido. Trataram-me 2 feridas, em 6 (30% se a matemática não me falha) e após insistência minha lá me disseram que nada tinha partido. Dessa forma lá me senti mais confiante para me levantar e tratar de assuntos privados.


Sem óculos ainda vagueei pelos corredores á procura de uma saída que foi encontrada com a ajuda de uma simpática enfermeira.


Já fora do hospital a minha felicidade disparou, não só porque abracei quem mais queria, mas também porque me afastava daquela casa de carniceiros.


Não sei no que tive mais sorte, se foi por não ter tido nada de grave apesar daquela colisão, se ter sobrevivido à butcher´s house que é aquele hospital…


Bom, a carrito ficou todo partido mas o novo vem já a caminho…

Obrigado por teres lá estado, sempre.

quarta-feira, março 26, 2008

CU

Agora que vou comprar um carro novo a minha mania das matriculas conheceu novo ânimo.

A ideia é andar à coca de uma matricula mais recente do que a ultima que acabámos de ver.


Tudo começou quando as matriculas mudaram e passou-se a ter as letras no meio, a minha curiosidade levou-me a andar á procura do primeiro carro com essa particularidade, os AA, mas depois foram os AB´s e os AC´s e por ai fora… sempre à procura de uma matricula mais recente, a ponto de muitas vezes nem ligar ao carro e só querer saber da matricula.


Depois passou-me, mas agora que terei um carro novo (mais tarde ou mais cedo) estou muito curioso na matricula que me irá calhar. Actualmente vai se no FJ pelo que o carrinho será um FJ ou FL, ou se tudo se atrasar ainda mais, um FM. FM soava muito melhor que FL ou FJ, mas mais vale um FL agora que um FM depois… ehehe… FI é que não! O que por pouco ia acontecendo….


E não… não se trata de um preciosismo, isto é um assunto muito importante pois as matriculas fazem parte da estética do veículo, além de que permitem uma série de trocadilhos e baptismos que podem ser bons ou muito desagradáveis.


A título de curiosidade a matricula CU foi abolida pela DGV, isto tudo porque todas as pessoas que queriam matricular os seus carros estavam a fazer um compasso de espera para que a sua viatura não foi um CU. Como os processos se estavam a arrastar a DGV teve de tomar uma atitude e deixou cair a terminação passando do CT para CV.


Agora imaginem que tinham um CU, ou melhor, que o vosso carro era CU, já pensaram na quantidade de trocadilhos que iriam sofrer por causa disso?


“olha olha, agora tens dois…”

“vê-lá se lavas o carro tens o cu todo sujo”


And so on, and soo n…


Já para não falar na eventualidade de ter um acidente o que só por si já era mau lá teria de gramar com “olha, foram-te ao CU…”

Estou ansioso de ver o que me calha….

sexta-feira, março 21, 2008

Farol parte III (vida de faroleiro)

E o que faz um faroleiro?

“Ser faroleiro? É o melhor emprego do mundo, recebem bem e não fazem mais nada a não ser pescar o dia todo, e dormir de noite…. Ah sim, e ligam e desligam o farol J” e ainda por cima têm adjuntos!!

Se isto é o que faz um faroleiro o que farão os seu adjuntos? Confesso que não fiquei nada entusiasmado com o trabalho de faroleiro. Mas enquanto visitava o farol lembrei-me de quando trabalhava em alter do chão e tive de acompanhar uns arqueólogos. Nessa altura, revirei os olhos e pensei “ que seca, aturar esta gente que fica entusiasmada com cacos de barro só porque tem 2 mil anos, como se isso fosse alguma idade importante.” Mas claro que não brindei os arqueólogos com este desprezo porque não consegui. Não consegui porque vi neles e no trabalho que faziam, o mesmo amor com que olho a geologia e aquilo que faço.


Com a mesma paixão falou-nos o faroleiro, da torre, das lentes fresnel, de todo o mecanismo do farol, das bóias que têm de colocar à entrada da barra, de todos os outros faróis espalhados por Portugal…. Como não gostar ou não nos sentirmos entusiasmados com os faróis os faroleiros e a sua importância?


Pode não ser um trabalho tão movimentado como o meu mas é bem importante.

farol parte II (jogos de luz e sombras)


Farol: estrutura elevada, habitualmente uma torre, dotada de um potente aparelho óptico (fonte de luz e espelhos ou reflectores), cujo facho de luz é visível a longas distâncias.


A ideia, desde há incontáveis décadas sempre foi o de orientar a navegação, ajudar as embarcações a encontrar o caminho para terra, evitar um futuro sombrio nau(fragada) algures em parte incerta.


Serve o foco de luz para guiar as embarcações para porto seguro, e foi assim que me senti, como um barco, que após longo tempo à deriva encontra um porto seguro, sem que o esperasse, no meio da confusão, das ondas e dos ventos, a luz foi aparecendo, e sendo cada vez maior me guiou a terra, a um porto seguro.

Farol parte I


O convite…. 4 Dias num farol, amigo de infância, namorada do amigo, amiga da namorada, visitar o Algarve e Sevilha no super-kadett, passear na praia no Inverno, comer barriga de atum ….


Sim, como se eu precisasse de muitas desculpas para passear…


Confesso que tinha algum receio do nosso meio de transporte, apesar de ter feito todas as minhas viagens em carros velhos, não me sentia muito confortável numa viagem a Sevilha num carro com 21 anos…. Mas aquele carro não é um carro normal e claro está não nos deixou mal. Quem nos deixou mal foi o meu estômago que numa rara crise estomacal não aguentou com duas mega tostas de frango e atum carregadas de maionese e manteiga, (vá-se lá saber porquê?). esta… gravidez sevilhana… prejudicou bastante a nossa visita ao pais vizinho, e para ser resolvida teve de englobar uma visita nocturna às urgências de vila real de santo António, confesso que estava um pouco receoso pois vê-se tanto alarido com as urgências hospitalares que não sabia bem o que esperar, mas tudo correu bem, se Sevilha me passou ao lado, o resto do Algarve foi apreciado com muito mais força.


Gosto do Algarve, mas apenas nesta altura, deserto de turistas, mais calmo e sem confusões e com preços normais. Ao passear na ilha de Tavira onde apenas os ouriços e as gaivotas davam sinal de vida imaginava com seria aquilo no verão, apinhado de gente, um horror sem dúvida…


Só faltou mesmo a barriga de atum, tanto alarido com um prato de comida, não percebia. Seriam as vísceras retiradas da barriga e depois recheada com outros petiscos? Mas se é assada? Não percebo. Após termos desistido de procurar um restaurante com o dito petisco, lá perguntámos o que era.


A barriga de atum é a parte mais cara e nobre do atum, é a parte do lombo de grande grossura. Aquilo que nos foi explicado é que é cortada do peixe fresco e deve se logo preparada porque senão perde qualidades e estraga-se. Além disso ao que parece os japoneses adoram barriga de atum, para fazer sushi e sashini chegando a pagar 200 euros por kilo. Dai ser difícil encontrar nas nossas bandas.


Fiquei fã de faróis, espero voltar em breve.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Dor de cabeça

7:30 da manhã, vindo directo do turno da noite onde poucas coisas correram bem só pensava em ir-me embora para casa e dormir… Estava no balneário a trocar de roupa, tirei o fato macaco e curvei-me para o por no cesto da roupa suja, descuidei-me e bati com a cabeça no secador das mãos, mesmo na quina. Perdido de dor levei as mãos à cabeça e ia começar a praguejar. Olhei-me ao espelho para ver se tinha aberto a cabeça e não pude deixar de reparar no pequeno autocolante que têm todos os espelhos dos escritórios da mina:

Está a olhar para o grande responsável pela sua segurança

Adoro quando as palavras certas aparecem no momento certo….

E nem sequer fez sangue…..

terça-feira, fevereiro 19, 2008

A outra face da moeda


Publicidade enganosa…. Enganosa, enganosa não é, porque infelizmente aqueles defeitos existem mesmo, podem é ser em pequena concentração, medidos em ppm´s e claramente suplantados por outras qualidades.

Sim porque não existem pessoas perfeitas, essas já se suicidaram por não terem nada que alcançar nem ninguém à sua volta para os ajudar no caminho, para quê, se já são perfeitas?

Amanha vou a um stand de automóveis, o vendedor vai-me enaltecer as performances do veículo e tentar convencer-me que tem tudo o que eu preciso para ser feliz, claro está que o que não interessa ele vai certamente olvidar.

Sou mau a vender-me mas posso sempre melhorar, nunca é tarde para mudar e por isso aqui vai um novo perfil apenas com coisas boas.

Quer dizer, o que é bom para uns é mau para outros….

Bolas, lá estou eu, será que há por ai um livro de publicidade para totós?

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Pé no travão (ainda com mais força)!

Por falar em fundamentalismo. Saiu uma notícia nas últimas semanas que falava que o governo estava a ponderar baixar o limite de velocidade dentro dos centros urbanos para 30 quilómetros horários. A princípio nem liguei muito, pensei, “Ok, mais uma ideia louca de alguém que passa demasiado tempo no gabinete e como tal com pouca percepção da vida real”. Mas depois lembrei-me que os limites de velocidade na mina são de 20km horários! E como eu não os cumpro, (nem de perto nem de longe), qualquer dia ando mais depressa na mina do que em Lisboa…

Sou só eu ou há algo de errado nesta história?

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Sinais de fumo



Faz já 1 mês desde que entrou em vigor a nova lei do tabaco. Não deveríamos estar muito contentes por isso, porque leis como esta nem deveriam ter de ser aprovadas. A lei é apenas uma variante de muitas outras que já estão em vigor por essa Europa fora à Eons, mas como para tudo, aqui a Portugal chega tudo sempre mais devagar, excepção feita ao preço do petróleo.


Após um mês, acho que é chegada a altura de um balanço da minha parte.


Tendo eu uma relação de total aversão com os cigarros, devo dizer que fiquei bastante satisfeito com a aprovação desta nova lei, foram muito anos em cafés, restaurantes escolas e sabe-se lá onde a levar com o fumo dos outros, ainda por cima eu posso não gostar do fumo, mas ele gosta muito de mim pois vem sempre ter comigo onde quer que esteja, a ponto de já nem me preocupar muito na escolha da cadeira… eu sou (era)?, aquilo que se pode chamar um fundamentalista…


Hoje acho que já não sou fundamentalista, até porque existe gente muito pior que eu. Talvez esteja mais velho e mais ponderado (não me parece) ou talvez porque trabalhando na mina não me venham falar em tabaco quando já devo fumar uns 80 maços por dia.


A verdade é que cada vez tenho mais simpatia pelos fumadores, não concordo com a escalada dos impostos pois vejo-o como uma maneira muito pouco ética do governo ir buscar dinheiro. Acho-a pouco ética pois está a aproveitar-se da fraqueza das pessoas que por serem viciadas são “obrigadas a comprar o tabaco”


Depois porque em alguns locais esta lei está a ser muito mal aplicada, claro que não se pode fumar no local de trabalho, plenamente de acordo, mas e se o local de trabalho for uma propriedade ao ar livre com 35 hectares? Faz algum sentido obrigar alguém a pular a vedação para não infringir a lei?


Mas isto também é muito tuga, esta propensão para o exagero, ora não temos nada ora temos tudo. Esta lei do tabaco faz-me lembrar a tolerância zero. As nossas estradas são o que são e era preciso fazer alguma coisa, e lembrámo-nos de ser implacáveis para com os prevaricadores, nem que fosse a 51 era-se multado.


E todos nós concordámos…


Hoje, anos volvidos as tabuletas ainda lá estão, mas é possível (como eu fiz este fim de semana) atravessar a N125 sem ver um único policia. Hoje a tolerância 0 é bastante mais tolerante.


Infelizmente acredito que aconteça o mesmo á nova lei anti-tabaco. Primeiro foram os casinos e agora já se fala em todo o tipo de excepções pelo que já faltou mais para se voltar a fumar em todo o lado. Cá estaremos a observar os futuros desenvolvimentos….


Mas o que eu queria mesmo era que não se pudesse fumar no estádio de Alvalade, claro que sendo recinto desportivo ao ar livre é possível fumar mas não imaginam como é irritante levar com o fumo de tanta gente com stress. E não há nada que possa fazer porque é ao ar livre e porque o fumo vem sempre ter comigo anyway….

quarta-feira, janeiro 16, 2008

DAKARzito



Estou bastante desapontado pelo cancelamento do Dakar, não pelo facto de não ter oportunidade de me deliciar com as belas paisagens que acompanham a caravana desde a partida, nem mesmo pela cedência que é feita ao medo, a única arma do terrorismo. A razão do meu desapontamento reside no facto de eu ter tido sempre uma grande vontade de entrar num Dakar, desde pequenino. E este ano podia ter conseguido realizar o meu sonho, pois o trajecto foi amputado para um pequeno passeio entre o centro cultural de Belém e o mosteiro dos Jerónimos. Acho que nunca mais terei uma oportunidade como esta..

terça-feira, janeiro 01, 2008

Ano novo

2008......

Lembro-me de ver escrito 2008 nas latas de atum, parecia um prazo de validade eterno....

e num instante já cá chegámos...

bom ano a todos
 
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