O expresso é o meu jornal de eleição, não só trás notícias de fundo como excelentes entrevistas e artigos de opinião. Ultimamente atraiçoou-me e começou a escrever numa língua esquisita, mas tudo bem, posso viver com isso.
Na edição passada vinha uma entrevista ao coordenador do PISA*, Andreas Schleicher, que falava sobre a evolução do nosso sistema de ensino. Dessa entrevista sobressaíram-me duas frases que considero importantes.
Os melhores sistemas são os que têm taxas de insucesso mais baixas. O que acontece com os chumbos é o professor pedir ao colega que lide com o problema que ele não resolveu nesse ano.
…. São precisas melhores práticas de diagnóstico, perceber as necessidades e definir estratégias. Fazer igual durante mais um ano não resolve se antes se falhou.
Não é sobre ensino que quero falar. Ontem, enquanto rebolava na cama sem conseguir dormir ocorreu-me que grande parte dos nossos problemas residem na nossa incapacidade de fazer as perguntas certas, tão ou mais importante que encontrar respostas é saber perguntar. Lembrei-me destas frases que são sintomáticas da nossa realidade.
O FMI está ai, e vem porque temos défice excessivo e divida gigante. Mas alto ai! Esta situação não é nova, o FMI já cá esteve antes, esta já é a terceira vez que temos direito a este incómodo hóspede, é só a mim que isto faz espécie? É importante resolver o problema da dívida mas mais importante ainda é perguntar-nos porque é que temos uma divida tão alta? E pior, porque é que é a terceira vez que isto acontece em apenas 30anos?
É um pouco como as SCUT´s, a questão não é se deviam ser pagas, até porque de uma forma ou de outra elas são pagas, o que nos deveríamos perguntar é se devíamos construir mais estradas? Precisamos delas? Para quê?
No fundo os nossos dirigentes nunca resolvem nada, empurram sempre para o ano seguinte e depois para o ano seguinte e eventualmente já não estão no governo e deixa de ser problema deles, quando o que deveriam fazer era encontrar soluções para resolver um problema que será sempre maior no ano seguinte, mais que não seja porque um ano passou e perdeu-se.
Agora fixemo-nos na expressão “terceira vez” esta é a terceira vez que o FMI cá vem, e vem aplicar as mesmas soluções que já tinha aplicado das outras duas vezes, ora como dito em cima, “Fazer igual durante mais um ano não resolve se antes se falhou,” e vamos concordar que falhou pois o barco está a meter água. E se o barco mete água chamar mais gente para ajudar com os baldes não é uma solução inteligente, temos que perceber porque é que o barco mete água. Pode não ser uma pergunta de fácil resposta, mas sem ela é certo que o barco voltará a meter água, isto se não afundar…
Quer-se pensamento divergente.
*Pisa (Programme for International Student Assessmen)
1 comentário:
"Quer-se pensamento divergente?"
Oh Sr. Engenheiro... desculpe lá mas tem de explicar melhor!!!
Vá lá... um novo post dedicado a esse estilo de pensamento muito vulgar nos artistas...
Elucide-nos!!!
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