
Não gosto do bairro alto.
Pronto disse-o, assim, a sangue frio…
18 foi um número atirado ao calhas, não faço ideia de quantas vezes fui ao bairro alto, não sei se foram mais ou menos, mas sei que as vezes que gostei foram muito poucas, duas arrisco um número, e porquê? O que mais me chateia é ter de ficar na rua, pois os bares estão cheios, mas também muitos deles não interessam, ou estão cheios ou a musica é alta e não dá para conversar, ou a população é muito marcada e a permanência torna-se desconfortável para pessoas como eu, aparentemente normais. Há demasiada confusão nas ruas, imensa gente, tudo está sempre demasiado cheio. Não me tomem por agorofóbico, isso é a mãezinha, eu não stresso com a população, apenas prefiro estar em sítios mais calmos. Olha lá, tem atenção, vem ai o camião do lixo, toca a encostar à parede… vá, limpem lá isso que bem precisa, e já que aqui estão levem os copos de cerveja que estão espalhados um pouco por todo o lado…. Que treta.
Claro que sempre se vê algumas coisas interessantes, e sempre dá para cortar na casaca das diferentes tribos, mas de modo geral é desagradável.
A última visita ao bairro alto foi, no entanto, bastante boa, o tempo ajudou e não sei se foram efeitos secundários do seitan que comi ao jantar (comida muito estranha que o meu corpo não está preparado para dissolver) mas acabei sentado no chão (literalmente), à conversa com outras pessoas também elas aparentemente normais, conversas sobre os grandes temas da humanidade, as gaiolas pombalinas e as entretelas das camisas….
Lá está, o que interessa não é onde se está mas com quem se está.
A propósito de rua da rosa, logo no seu começo para quem a desce fica o bonsai, aconselha-se vivamente os temakis de robalo….