terça-feira, fevereiro 08, 2005

perfil

Estava a ver a "esbelta" aparência do meu blog e não pude deixar de reparar no meu perfil, é algo que salta à vista mas pela parte negativa, quem olhar assim à partida, vai pensar que eu tenho um amor-próprio um bocado….. falta-me o termo exacto, assim um pouco heee, pronto, mau, no mínimo. Embora isso não seja inteiramente falso, não foi por isso que eu optei por fazer um perfil só com defeitos.

Eu explico…

1º Eu queria ser original e não fazer como toda a gente que só escreve maravilhas da sua pessoa, que são muito engraçadas e simpáticas e isto e aquilo blá blá… Enfim, uma seca, além de por vezes não ser nada realista, achamo-nos o máximo e depois…

2º São os defeitos e não as qualidades que definem as pessoas


3º Eu não gosto de desiludir as pessoas, que desta forma já sabem à partida com o que contam. Se eu só dissesse bem de mim, mais tarde ou mais cedo muita gente podia ficar a pensar que comprou gato por lebre.

Assim 2 coisas podem acontecer:

Se conseguirem suportar estes defeitos, todas as qualidades que eu tiver, (a estatística está do meu lado), serão vistas como um bónus…

Se por outro lado apenas confirmarem aquilo que eu disse sobre mim, bem, é caso para dizer. I told you so.

4º Depois um perfil deste tipo tem o efeito post it, sempre que aqui venho tenho indubitavelmente de olhar para ele, e assim todos os dias posso ver o que está de mal com a minha pessoa e saber o que tenho/ devo mudar.

Claro está que nem tudo o que escrevi cai no âmbitos dos defeitos, convenhamos que não fumar/ beber não será propriamente um defeito, mas algumas coisas podem cair bem a uns e mal a outros, assim não há nada como colocar as coisas todas em pratos limpos.

Fiquem bem…

2 comentários:

Anónimo disse...

Álvaro de Campos

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

centrípeta disse...

Bem, ao menos ninguém te pode acusar de publicidade enganosa!!!

Ou até sim, hum?
Dá que pensar...
Espero que dê.


**marina*

 
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