quarta-feira, agosto 28, 2013
terça-feira, julho 30, 2013
whistleblowing
Quando comecei a trabalhar em Aljustrel,
para além do contracto de trabalho foi-me entregue um documento onde explicava
resumidamente a lei Sarbanes–Oxley. Esta lei tem como objectivo
oferecer protecção legal ao wistleblower. Um whistleblower traduzindo
literalmente é alguém que sopra o apito, ou por outras palavras, alguém que
dentro de uma companhia delata alguém ou alguma actividade dentro da companhia
a que pertence e que possa pôr em causa a lei, ou criar dano a algo ou alguém.
Um whistleblower é no fundo um
delator, mas que o faz para proteger pessoas e o bem comum da atitude ilícita e
por vezes criminosa que possa ocorrer no seio do seu trabalho. Esta lei é de
2002 mas já em 1836 nos Estados Unidos foi criada a “false claims act”, para
combater a fraude entre os fornecedores do exército americano durante a guerra
civil. Que irónico estas leis serem americanas...
Em
2002 os whistleblowers eram vistos como heróis,
mártires que se sujeitavam às pressões das empresas que acusavam e dos seus pares
para defender aquilo que era certo e justo, razão pela qual estas leis foram
feitas. Mas isso foi em 2002, a realidade que encontramos hoje é bem diferente.
O
nome Edward Snowden anda nas bocas do mundo, mas antes de Snowden vou falar de
Bradley Manning. Manning é um cabo do exército americano e foi um dos
responsáveis por entregar centenas de documentos à wikileaks, documentos que
provam torturas feitas pelo exército americano a prisioneiros durante a intervenção
militar no Iraque, actividades como o waterboarding, abusos sexuais a crianças
no Afeganistão e por ai fora. E qual foi o resultado por ter denunciado estas
práticas? Prisão por tempo indefinido com a acusação de ajudar o inimigo, acusação
que pode resultar na pena perpétua. Durante meses bradley manning esteve preso
sem que a sua defesa tivesse acesso às provas que o incriminavam e isto,
segundo o tribunal porque o acesso a essas provas punham em causa a segurança
nacional! Certo, mas dessa forma como pode ele construir uma defesa sólida, uma
pessoa que se limitou a apontar o dedo às práticas desumanas levadas a cabo pelo
exército americano. Seria de esperar que o exército e o governo americano
pedissem desculpas pelos crimes cometidos e arrepiassem caminho, mas não, optam
por castigar quem os denunciou.
O
mesmo se passa com Edward Snowden, ex analista da cia, Snowden denunciou aquilo
que qualquer pessoa mais atenta já tinha percebido há bastante tempo, que o
governo americano espia a população a torto e a direito fazendo tábua rasa de
todas as leis existentes. Resultado tem a cabeça a prémio.
Mas
esta situação tem duas nuances adicionais, por um lado a comunicação social conseguiu,
da forma hábil que já nos acostumou, dar a volta à história e pôr toda a gente
a falar do mensageiro e não da mensagem. O que importa não é Snowden, é aquilo
que ele disse, claro que é indecente a forma como os estados unidos perseguem Snowden
e isso deve ser apontado, mas o teor das declarações são muito mais
importantes, os telefones que são escutados, os emails que são lidos tudo sem observar
as leis vigentes de tal forma que o nome Stasi volta à memória.
Que
os americanos fazem o que fazem já se sabe, mas o comportamento dos outros países,
igualmente espiados pelos americanos, é igualmente elucidativa de como os líderes
vêem o seu povo. Alemães, chineses, franceses e por ai adiante são espiados
pelos americanos, fazem um escândalo mas depois calam-se e comportam-se como se
nada fosse, e nem pensar em dar asilo à pessoa que os avisou dessa situação.
Pode parecer esquisita esta postura mas não é, isto porque os americanos não
estão sozinhos, todos os países espiam o seu povo de uma maneira ou de outra e
por isso não podem atirar pedras aos americanos.
E o
que dizer da postura de Portugal neste processo, que nem teve coragem para
dizer a verdade e arranjou uma desculpa com falhas técnicas. Que repugnante.
É
preciso ter coragem para dizer a verdade, e por vezes paga-se caro por isso,
mas é sempre melhor estar do lado certo da história.
sábado, julho 06, 2013
Lobo na pele de cordeiro

Geoge w bush era um palhaço! Nisso não discordo da maioria
das opiniões, o seu discurso atabalhoado, as gafes constantes, o
desconhecimento dos dossiers e do mundo em geral eram confrangedoras. É do
consenso geral, pelo menos entre a opinião publica europeia que ele foi um
péssimo presidente. E se outro houver que seja diferente, que fale bem que não
cometa gafes, que conheça os dossiers e que saiba da existência de mais do que
10 países, isso faria dele um bom presidente?
Não necessariamente…
Quando comento com pessoas, sejam mais próximas ou não, que
não gosto nada do actual presidente dos Estados Unidos toda a gente fica muito
surpreendida, e muitas vezes a surpresa vem seguida do, mas gostavas do Bush? Também
não gosto do passos coelho e isso não faz de Sócrates um bom tipo….
Mas vamos por partes, quando Bush saiu da presidência o
mundo estava farto dele, da guerra contra o terrorismo, de Guantanamo, de ter
invadido dois países soberanos e por razões duvidosas, pelo que a eleição de
uma pessoa diametralmente diferente surgiu como um sinal de esperança de que
algo melhor seria possível. Algo melhor é definitivamente possível, mas estes
anos mostraram claramente que neste caso particular tudo piorou, senão vejamos…
Para pessoas que gostam de comparações, George Bush
bombardeou 5 países: Afeganistão Iémen, Iraque, Paquistão e Somália. Já o
pacifista Obama bombardeou 6: Afeganistão, Iraque Iémen, Paquistão, Líbia,
Somália e está mortinho por atacar o sétimo, a síria, embora já existam tropas
americanas a treinar os rebeldes, que por sua vez são financiados pelos
americanos. Nada mau para um Nobel da paz! Já que começámos por bombardeamentos
vamos falar de drones, são a coqueluche da guerra anti terrorismo, são baratos,
não põe em risco a vida dos soldados americanos e é bastante eficaz. O “terrorista”
é detectado a entrar na padaria e toma lá um míssil hellfire, morre ele e os
azarados que estavam lá só a comprar um pão. Para lá das vitimas colaterais,
que são inaceitáveis, onde está o direito a um julgamento? O direito a uma
defesa? Um ataque por drone não é mais que uma execução sumária e a ordem vem
do presidente directamente.
Então e guantanamo? Foi o George que começou com aquilo, é
verdade, e o que impede obama de o fechar, ou mesmo que não possa fechar, pode
sempre evitar de mandar mais presos para lá, e impedir a alimentação forçada de
quem faz greve de fome, o que aliás é ilegal. E por falar em ilegal, também é ilegal expiar
nos cidadãos sem um mandato, 4ª emenda da constituição, e que tal a NDDA, (national
defense autorization act) que foi assinada pelo presidente a 31 de Dezembro
enquanto a malta festejava e que diz que pode deter qualquer pessoa porque sim
e por tempo indeterminado. Claro que os seus defensores dirão que o texto
começou a ser escrito pelo anterior presidente, certo, mas ele podia sempre não
assinar a lei não é?
E a lista de escândalos continua, as acções de espianço
levadas a cabo pelo IRS, o que se passou na embaixada da líbia, etc etc…
Mas há aquela frase célebre, “its the economy stupid”! Claro
que sim, e como é que está a economia americana? Bem, a divida é de 14 triliões
de dólares, e aumentou mais no mandato de Obama do que em todos os mandatos dos
seus predecessores, entenda-se, todos os presidentes desde George Washington….
Então porque é que toda a gente gosta dele? Oh! O que é que
não há para gostar? O homem é preto, é de esquerda e fala doce docemente, o que
o torna inatacável. Claro que os média têm uma grande cota de responsabilidade
na criação do mito, como em qualquer situação, uma pessoa pode ser elevada ou
destruída consoante o interesse de alguém, ou algo, que não iremos aflorar
aqui.
Deixo um vídeo interessante que fala de um Obama diferente,
vejam apenas para fazer um contraponto à ideia já bastante definida de que o
tipo é um gajo muito fixe…
https://www.******.com/watch?v=eAaQNACwaLw
é longo 1:53, mas que fica um desafio a por uma vez, não fazer parte de um
mundo onde tudo anda à velocidade da luz e não existe tempo para mais do que
ler as gordas. Escrever youtube no sitio onde estão as estrelinhas…
edit.
Nem a propósito, ontem sexta feira, o tipo em questão
assinou mais uma ordem executiva que lhe dá poderes de controlo sobre as
comunicações privadas do Pais, no caso de a segurança nacional estar ameaçada,
(situação que é decidida por ele)…
E tudo continua normal………….
domingo, abril 14, 2013
Naming

Já que estamos numa de criancinhas, eu volta e meia recebo
informações, no trabalho, de uma rapariga chamada Mara mota, dois pensamentos
me invadem o cérebro, o roedor da família dos esquilos e a insensatez com que
os pais escolhem nomes para as criancinhas. É certo que as marmotas são uns
bichinhos engraçados e fofos, mas o nome não soa nada bem e de certeza que a
senhora sofreu muito na infância à conta disso. Às vezes acho que os
progenitores não vêm o esquema todo. Talvez a pensar nisso existe por cá uma
lista de nomes aprovados/não aprovados, ou seja uma lista com uma serie
bastante grande de opções de nomes que se podem, ou não, ser usados para
baptizar os pequenos. Pelo menos eu queria pensar que era assim, mas uma
análise um pouco mais atenta levanta sérias dúvidas se será mesmo assim. A
lista é uma interminável sucessão de 80 páginas onde aprendemos que podemos
usar o nome Florisbela mas Florisdália não, que nomes como Igelcemina, Ingeburga
ou Narcélio ou ainda Torpécia podem ser usados como nome, mas Mogli não, nem
Tina ou Rosinha.
Mas a parte que mais gosto são as preferências, sim porque
Nânci pode ser mas é preferível Nance, oh sim, Nance é muito melhor, muito mais
bonito, é preferível para quem? Para a criança? Para o Estado? E vírus? Pode? Não,
não há vírus para ninguém, nem vírus nem bactérias, nem fungos, mas Prião já
pode! Claro! Ninguém chamaria um filho de vírus, mas de um agente infeccioso
responsável pela doença das vacas loucas já pode. E excelsa? Excelsa dá, mas só
para Marias, as Anas, as Sandras, as Ritas não podem atingir esse estado, e
juno? Só pode ser usado em rapazes mesmo que seja um nome de mulher.
A ideia com que fico é que como de costume ninguém pensou
muito nisto e este assunto acabou entregue aos nazis da gramática, eu percebo
que haja limites de modo a impedir que isto seja como no Brasil em que uma
pessoa se possa chamar de rank Xerox ou 123 de oliveira 4! Mas mais liberdade é
requerida, mesmo que depois descambe em marmotas e outra bicharada. No fim a
liberdade é o melhor que se tem. E sim, Liberdade é permitido…
http://www.youtube.com/watch?v=NRUdaWZ4FN0
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