sexta-feira, agosto 20, 2010

Sinais de fumo



Estas férias fartei-me de andar de avião, 6 voos em 4 companhias aéreas diferentes. Uma das minhas favoritas continua a ser a nossa tap… gosto do atendimento, dos airbus e da comida. Gosto também quando passam nas televisões o mapa que mostra a posição do avião.

Regressava do mundo civilizado de volta a casa dividindo o meu olhar entre a televisão e a janela, na tentativa de perceber onde estava, passei o golfo da biscaia e esperava por um sinal da entrada em Portugal. Minutos depois avistei uma coluna de fumo, depois outra e depois mais outra, não havia dúvidas, já estávamos em Portugal que, como é habitual por esta época do ano anda de labareda em labareda a queimar as florestas que tem, ou isso ou é a malta a fumar os chouriços.

Talvez seja da idade ou devido a algum cansaço mental, mas já não consigo ficar zangado, acelerado, preocupado com o que vejo. Lembro-me de 2003 um ano terrível para a nossa floresta, o ano em que comecei a trabalhar e de um colega vir ter comigo e desabafar que perdera tudo, floresta, gado, tudo, nada tinha sobrado. Não soube responder à altura da informação adquirida. Hoje também não responderia, não porque não saber o que dizer mas porque um sentimento de indiferença me assola cada vez mais.

Não, não sou indiferente, mas para lá caminho, este ano nem me comovi com o geres, o meu querido geres…

Os incêndios de verão são cada vez mais normais, como o bacalhau ou o sol, e acabo por achar que é bem feito! Nós portugueses não merecemos o que temos, pois nem sequer cuidamos decentemente do que é nosso.

Deixa queimar….

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