segunda-feira, setembro 19, 2005

relatório da onu

“The test of our progress is not whether we add more to the abundance of those who
have much; it is whether we provide enough for those who have too little.”

US President Franklin D. Roosevelt,


Nos últimos dias tenho andado a ler o relatório sobre o desenvolvimento humano emitido pelas Nações unidas. Estes relatórios são lançados todos os anos e tem como objectivos hierarquizar os países consoante o seu desenvolvimento humano e também lançar um grito de alerta para as desigualdades crescentes que o nosso mundo apresenta.
A notícia do seu lançamento foi manchete em Portugal, mas como seria de esperar foi esquecida e abafada por outras notícias bem mais importantes como a crise do Benfica. Mas não se pense que o problema é apenas dos tugas, as estatísticas presentes no relatório são tão chocantes que as opiniões públicas do mundo “civilizado” tendem a assobiar para o lado pois assim é bem mais fácil.

Mas vamos por partes, o que é o desenvolvimento humano?

Como expresso no próprio relatório o desenvolvimento humano assenta na carta das nações unidas e no conceito de “Larger freedom” ou por outras palavras justiça social, igualdade de direitos e respeito pelos direitos humanos.

“Human development is about freedom. It is about building human capabilities—the range of things that people can do, and what they can be”.

Por outras palavras, o desenvolvimento humano não se mede pelos telemóveis que se tem, mas pelo acesso a água potável, pelo aceso à educação, pela taxa de mortalidade infantil, igualdades entre sexos e por todas as nossas liberdades individuais.

Postas as coisas desta forma arrisco a dizer que o mundo é (de maneira geral) muito pouco evoluído e como o próprio relatório aponta, de desenvolvimento muito desigual.

No primeiríssimo lugar do ranking aparece a Noruega, não tem desemprego, taxa de analfabetismo zero, rica como nem nos passa pela cabeça e politicas sociais que envergonham o resto do mundo. No outro extremo da tabela aparecem alguns países africanos O Burkina Faso, a Serra Leoa e no último lugar o Níger. Estes países também envergonham o resto do mundo mas por piores motivos. Por exemplo a Zâmbia tem uma esperança média de vida igual à do reino unido em 1840! Na Costa do marfim os pacientes com doenças relacionadas com a sida ocupam mais de metade das camas de hospital, e por ai fora, basicamente e resumindo, se é mau eles têm…

Mas não são apenas os países sub sarianos que enfrentam estas tragédias, da Ásia à América do sul milhões de pessoas vivem em extrema pobreza.

“Na Índia por exemplo, morrem anualmente 130 mil crianças pelo simples facto de nascerem com dois cromossomas XX”.

“10.7 Milhões de crianças não chegam aos 5 anos e mais de um bilião de pessoas vivem com menos de 1 dólar por dia, e 2.5 biliões de pessoas vivem com menos 2 de dólares por dia (o preço de um café em França, ou uma aposta do euro milhões)”.

Portugal aparece no 27 lugar perdendo uma posição para a Eslovénia, mesmo assim o nosso país está no grupo dos países desenvolvidos.

O que é que se pode fazer para mudar isto?

Na conferencia de Doha o mundo estabeleceu uma série de compromissos que baptizou de (MDG), milleniun development goals. Estes MDG estabeleciam metas para erradicar a pobreza extrema, promover a igualdade entre os Homens, de desenvolvimento em todos os seus aspectos e sobretudo para reduzir a mortalidade infantil. Essa conferência acabou como todas as conferências da ONU, EU, OCDE, OPEP ou qualquer outro acrónimo que queiram escolher, com calorosos apertos de mãos e palmadinhas nas costas…

A pergunta se calhar está mal feita, seria mais apropriado perguntar se o queremos fazer.

Eu acredito que não,

“We estimate a cost of $300 billion for lifting 1 billion people living on less than $1 a day above the extreme poverty line threshold. That amount represents 1.6% of the income of the richest 10% of the world’s population”.

“The amount needed to lift 1 billion people above the $1 a day poverty line is $300 billion. Expressed in absolute terms, this sounds like a large amount. But it is equivalent to less than 2% of the income of the richest 10% of the world’s population”.

O problema não está no dinheiro, não no custo de fazer mas na nossa vontade, o problema reside sim no facto de o ser humano apesar destes anos todos ainda possuir os mesmos defeitos desde há séculos, continuamos a ser egoístas, invejosos, gananciosos e mais coisas acabadas em osos. O mundo podia ser um sítio muito melhor para se viver, só não é porque nós estragamos tudo.


Só mais uma estatística,

Os 7 biliões de dólares necessários anualmente para fornecer água limpa a 2,6 biliões de pessoas é menos do que os europeus gastam em perfume e menos do que os americanos gastam em cirurgias plásticas….

Este investimento poderia salvar a vida a 4000 pessoas por dia……

8 comentários:

Ana Paula disse...

Se vivêssemos num mundo perfeito ninguém morreria à fome, ninguém seria discriminado à nascença, ninguém viveria em condições (arrisco quase piores que as dos animais)...Mas o nosso mundo é tudo menos perfeito...não são só as pessoas que mais precisam que são esquecidas...Enquanto, cortar uma árvore fôr + lucrativo do que a mantê-la, lavar os tanques dos petroleiros em alto mar fôr + lucrativo do que lavá-los em locais apropriados (estas coisas não controlamos), mas quando nos toca a nós individualmente, não "somos" muito diferentes, ainda Hoje, presencio algumas situações que me entristecem bastante...É nesses dias que penso que por mais que tentemos as coisas muito dificilmente irão alguma vez mudar...
Na Tugalândia ainda estamos a anos-luz de um comportamento cívico e ambiental ideal.

antonio_subtil disse...

Muito pouco, mas neste caso a resolução do problema passa mais pelos governos do que pelas pessoas. tomemos o exemplo portugues, os portugueses têm muitos defeitos mas se há coisa que somos é generosos. Geralmente quando se trata de reunir o povão em torno de um bem comum nós somos os maiores, lembra-te do caso Timor leste. Mas depois o nosso governo gasta 10 vezes mais em armamento do que em ajuda humanitária...

Anónimo disse...

a questão é... e analisando muito friamanete se n fosse assim onde vivia tanta gente na terra... onde estavam os recursos... n haveria espaço para tanta gente... ass. manel monteiro

antonio_subtil disse...

eu recuso-me a acreditar no que dizes, a terra tem recursos suficientes para todos e se faltassem haveria selecção natural. O que se passa hoje não é selecção, é egoismo e pura maldade

Isarma disse...

Vá lá... tu já sabias que eramos assim... para que essa indignação toda? Por um lado uma pessoa deve receber de acordo com o que merece mas depois há salários obscenos: um gajo responsável por uma plataforma pretolifera ganha quanto? E precisa dessa guita toda? Não podia doar mais? Até porque o estado devolve o $ com o IRS...
E a questão moral: é nosso dever salva-los mas não há mesmo espaço para todos. Uma AINDA não contradiz a outra mas... espera até as reservas de água potável escassearem. Ai é que vais ver o que é genocidio activo no seu melhor. Por enquanto contenta-mo-nos com um passivo... de pessoas e do planeta.
Pergunta-te é quando é que a vida humana passou a valer menos que nada. O porque está à vista.

Anónimo disse...

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