Prólogo
Enfermo: para que hospital é que vamos?
INEM: Para vila franca de Xira..
Enfermo: ….
INEM: “que franzir do sobrolho foi esse? Você deve ser de cá……
A vida tem destas coisas….
Nas últimas duas semanas tive “oportunidade” de visitar as urgências em dois lugares e situações distintas…
A primeira situação ocorreu quando a minha garganta resolveu dar o habitual ar da sua graça e infectou… eu, à homem, tentei ignorar o problema e não ataquei logo quando os sintomas ainda eram fraquinhos, resultado… foi mesmo à beira do teatro que não resistindo mais aos 39 e e de febre decidimos visitar as urgências da CUF no parque das nações.
Mas que belo hospital… tão bonito e lavadinho, passei logo à triagem, mediram-me a febre com um termómetro fantástico e meia hora depois estava a ser atendido. O médico apresentou-se (acolhimento personalizado). A visita foi de médico como todas as minhas visitas ao médico (nunca sei se me estão a despachar ou se sou eu que tenho uma grande capacidade de expressão). De qualquer forma o diagnostico era fácil, eu próprio já sabia o que me esperava, a única duvida caía no tipo de antibiótico, se oral se seringas…
Safei-me às seringas, e até tive pena de abandonar as urgências, a única nota negativa foi para os 30 euros que paguei, por esse dinheiro devia ter tido direito a bombons…
Nem duas semanas depois, tive oportunidade de visitar umas novas urgências…
Tinha acabado de sair de casa com uma galinha com amêndoas na mente quando uma ford transit (como se pudesse ser outra marca), decidiu por termo ao meu passeio e ao meu velhinho Opel corsa. Vinda em sentido contrário foi atraiçoada pela velocidade e pelo lençol de água e embateu violentamente de frente no meu carrinho…
A primeira sensação que tive foi a de ter rebentado uma granada ao pé de mim, aos poucos e poucos fui retomando aos meus sentidos, passei a mão na testa para sentir o sangue que escorria abundantemente. Disseram-me para parar pois tinha a cara cheia de vidros. Ok, paramos… Nestas circunstâncias, poucos minutos de espera parecem horas, o socorrista estava mais nervoso que eu… mas pronto lá veio o INEM, fui imobilizado de todas as maneiras possíveis e logo desencarcerado com destino à ambulância.
Pensei para mim… é agora que vou ter um momento Anatomia de Grey, mas depois lembrei-me de perguntar para onde me dirigia e acordei para a triste e dura realidade.
Já na ambulância veio o simpático policia fazer-me o teste de alcoolemia.
Que sorte! Ter tido o acidente num dia em que não bebi…
E num ápice estava nas urgências de vila franca de Xira… como na CUF passei pela triagem. Tiraram-me sangue e trocaram-me o colar cervical por um daqueles que tem um buraco na garganta para se puder fazer uma traqueotomia… por breves instantes lembrei-me da galinha com amêndoas…
Depois esperei confortavelmente numa maca com metade da cara vermelha que me viesse atender.
Esteve inconciente?
Não, acho eu…
Então não precisa de TAC
Dói-lhe o pescoço quando toco aqui, e aqui?
Não.
Então não precisa de radiografia à cervical…
Lá me deitei na marquesa com cuidado para não me ferir nos imensos pedaços de vidro espalhados pelo corpo que os senhores doutores tiveram o cuidado de não retirar. Lá tiraram as radiografias, inclusive á cervical (porque eu insisti)! E após mais uns minutos á espera lá fui atendido. Trataram-me 2 feridas, em 6 (30% se a matemática não me falha) e após insistência minha lá me disseram que nada tinha partido. Dessa forma lá me senti mais confiante para me levantar e tratar de assuntos privados.
Sem óculos ainda vagueei pelos corredores á procura de uma saída que foi encontrada com a ajuda de uma simpática enfermeira.
Já fora do hospital a minha felicidade disparou, não só porque abracei quem mais queria, mas também porque me afastava daquela casa de carniceiros.
Não sei no que tive mais sorte, se foi por não ter tido nada de grave apesar daquela colisão, se ter sobrevivido à butcher´s house que é aquele hospital…
Bom, a carrito ficou todo partido mas o novo vem já a caminho…
Obrigado por teres lá estado, sempre.
2 comentários:
Só percebes que afinal nunca tiveste certeza de nada na vida quando... num destes MOMENTOS o teu coração dispara e... mesmo impotente e de "mãos atadas" (ou de pescoço amarrado?) imaginas 1001 recursos para ir.
Porque a urGência de ir é mais forte que a de ficar.
Porque é só lá que podes estar.
Porque é só lá que deves estar.
Porque é só lá que QUERES estar.
Ou só porque sim... :)
**m*
33%
PM
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